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Tudo pronto para a farsa eleitoral de Nicolás Maduro

Está tudo pronto para que o ditador Nicolás Maduro fraude a eleição deste domingo com a chancela dos “observadores” brasileiros

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Nicolás Maduro, ditador venezuelano -- Metrópoles
1 de 1 Nicolás Maduro, ditador venezuelano -- Metrópoles - Foto: Jesus Vargas/Getty Images

Neste domingo, acontecerá outra fraude eleitoral na Venezuela para que Nicolás Maduro e a sua cambada bolivariana emprestem aparência de legitimidade democrática à ditadura que há duas décadas esmaga os venezuelanos em todos os aspectos da sua existência.

O script bananeiro terá a participação do Brasil de Lula, mas não da União Europeia e dos Estados Unidos. A primeira foi desconvidada a enviar observadores, porque se recusou a levantar imediatamente as sanções contra 50 sequazes de Nicolás Maduro. 

Os americanos, por sua vez, decidiram não compactuar com a farsa depois que o ditador venezuelano impediu os principais nomes da oposição, María Corina Machado e Corina Yoris, de disputar a eleição. Os Estados Unidos voltaram a impor restrições ao setor de petróleo e gás que alimenta a ditadura.

Nicolás Maduro traiu, assim, o Acordo de Barbados, mediado pela Noruega, que previa eleições livres e transparentes na Venezuela. O espantoso é que alguém tenha acreditado nas boas intenções do tirano.

Como a oposição conseguiu construir a candidatura de Edmundo González Urrutia, que lidera as pesquisas e venceria o ditador nas urnas se as eleições fossem limpas, Nicolás Maduro agora intimida abertamente os eleitores. Disse que haverá uma “guerra civil” e um “banho de sangue” se ele perder nas urnas.

“O destino da Venezuela, no século XXI, depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela tenha um banho de sangue, uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou o sujeitinho. 

A escalada contra a realização de eleições verdadeiramente livres é crescente. No seu ardente amor pela imprensa livre, o regime acaba de bloquear três portais de notícia independentes. Apenas nos primeiros dez dias de campanha, 71 pessoas foram presas arbitrariamente.

O jornalista italiano Paolo Manzo noticiou que o presidente da conferência episcopal venezuelana, Jesús González de Zarate, foi abordado pela Guarda Nacional Bolivariana, enquanto celebrava uma missa na cidade de Cumanacoa. O seu pecado: distribuir alimentos a vítimas do furacão Beryl. A Caritas, organização de ajuda humanitária católica, foi ameaçada por fazer o mesmo. Foram avisados de que só o governo pode ajudar esses coitados. A chantagem eleitoral é evidente.

Ontem, confrontado com as afirmações de Nicolás Maduro sobre “guerra civil” e “banho de sangue”, Lula disse a jornalistas ter ficado “assustado”. 

“Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou o presidente da República.

A frase de Lula foi comemorada pelo candidato Edmundo González Urrutia, mas não há nada a comemorar em relação ao Brasil. Lula é aliado da ditadura bolivariana e escalou Celso Amorim, o cego ideológico, para ser observador das eleições venezuelanas. É mais fácil Lula declamar um soneto de Camões do que Celso Amorim denunciar qualquer gatunagem eleitoral de Nicolás Maduro.

Soube-se hoje, em reportagem da jornalista Malu Gaspar, que o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, pressionou o Tribunal Superior Eleitoral a enviar servidores ao país vizinho para acompanhar as eleições. Eles não terão liberdade de movimentação porque serão obrigados a seguir o roteiro já determinado pelo regime. Ou seja, estarão lá para fazer figuração e ser coadjuvantes involuntários na farsa eleitoral.

Pobre Venezuela, tão longe das democracias ocidentais, tão perto do Brasil de Lula.

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