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Putin tem no terrorismo islâmico um inimigo à altura da sua estupidez

Putin ignorou o alerta americano sobre um possível atentado em Moscou. A sua prioridade é massacrar ucranianos e matar oposicionistas

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Imagem colorida de local do atentado em Moscou -- Metrópoles
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O tirano Vladimir Putin é responsável pelo atentado do Estado Islâmico na sala de concertos nos arredores de Moscou, que matou, até o momento, 133 pessoas e feriu outra centena delas.

Há duas semanas, os Estados Unidos alertaram os cidadãos americanos residentes na capital russa sobre a possibilidade de ocorrer um atentado extremista em Moscou. Avisaram também o governo russo. Com a sua empáfia, Vladimir Putin disse que os Estados Unidos queriam desestabilizar a Rússia e que o alerta era uma chantagem.

O Estado Islâmico ressurgiu no Afeganistão, como adversário do Talibã. O Irã, aliado da Rússia, também é inimigo. Todos boa gente. Não existe justificativa para atos terroristas, mas existem pretextos. A Rússia é alvo porque o regime de Vladimir Putin oprime os muçulmanos da região da Chechênia. 

As tropas de Vladimir Putin também fizeram — e fazem — porcarias na Síria (durante bom tempo, com a participação especial dos mercenários do grupo Wagner). A Rússia ajuda a manter de pé o regime do ditador sírio Bashar al-Assad. Por último, houve a invasão do Afeganistão pela Rússia, há mais de 40 anos. Extremistas islâmicos não esquecem.

Vladimir Putin ignorou o alerta americano por arrogância e porque as suas prioridades são outras. Enquanto o seu exército comete atrocidades na Ucrânia, contra “os neonazistas de Kiev”, os meganhas do tirano estão mais preocupados em calar a oposição e matar os seus líderes, como Alexei Navalny, assassinado em um gulag na Sibéria.

A mentalidade de Vladimir Putin e os seus acólitos é doentia. No mesmo dia do atentado, revelou-se que o governo russo acrescentou o movimento gay à sua lista de “terroristas e extremistas”. Vladimir Putin iguala, portanto, homossexuais que lutam pelos seus direitos a fundamentalistas islâmicos, e o atentado na sala de concertos não o fará mudar de ideia. Pelo contrário, é capaz de inflamar ainda mais o regime contra o movimento gay. Homossexualidade na Rússia é crime.

Acostumado a esmagar os adversários, Vladimir Putin pode ter encontrado (ou reencontrado) no terrorismo islâmico um inimigo à altura da sua própria estupidez. Antes do atentado na sala de concertos, outro fato já havia chamado a atenção de analistas ocidentais, em outubro do ano passado: a barbaridade antissemita no Daguestão, região russa de maioria muçulmana, onde um avião proveniente de Israel viu-se cercado na pista do aeroporto por uma multidão disposta a linchar os passageiros. Sintomático: o Cáucaso, onde fica o Daguestão, tornou-se um centro de agitação e recrutamento  islâmico. 

Vladimir Putin, que se vendia como um vitorioso na guerra contra o terrorismo muçulmano, desde o banho de sangue no massacre na escola de Beslan, em 2004, experimentou uma grande derrota ontem. Talvez seja só a primeira. Sem escrúpulos, o tirano se lançou ao oportunismo: quer implicar a Ucrânia no atentado. A mentira serve também para justificar a convocação de mais jovens para servir de bucha de canhão na sua guerra insana.

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