Piano ao cair da tarde: a chance de Toffoli no bananal do aeroporto
Toffoli pode tornar o caso do aeroporto de Roma menos bananeiro, se aceitar tirar do inquérito as conversas do advogado violadas pela PF
atualizado
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O respeito ao Estado de Direito no Brasil é questão de conveniência. Veja-se outra vez o caso da república das bananas no aeroporto de Roma, cujo inquérito é relatado por Dias Toffoli.
Além de o advogado de defesa, Ralph Tórtima Filho, não ter acesso ao vídeo que mostra o que realmente aconteceu entre os acusados de agredir o ministro Alexandre de Moraes e o seu filho, em evidente afronta ao devido processo legal, ele teve conversas suas com o cliente Roberto Mantovani espiadas e expostas pela PF no inquérito do qual o ministro do STF é assistente de acusação — outra extravagância jurídica, aliás.
De acordo com o presidente da OAB, o delegado responsável pelo caso violou gravemente as prerrogativas de Ralph Tórtima Filho, visto que conversas entre advogado e cliente são invioláveis, segundo a lei.
Assim como o advogado que teve as suas prerrogativas feridas, a OAB requer ao relator do inquérito, o ministro Dias Toffoli, que tire as 11 páginas de conversas do relatório e as declare nulas para efeitos processuais.
Dias Toffoli irá declarar a nulidade? O ministro tem a oportunidade de tornar o caso um pouco menos bananeiro se o fizer. No entanto, como o respeito ao Estado de Direito no Brasil é questão de conveniência, e consta que Alexandre de Moraes está zangado porque o delegado considerou o episódio de somenos, tanto que não indiciou ninguém, estabeleceu-se o suspense. Quem quer banana?