metropoles.com

Lula, veja os nazistas que lutam por Vladimir Putin na Ucrânia

Recomendo a Lula que assista ao documentário Wagner, o Exército das Sombras de Putin, sobre a milícia de mercenários que arrasou Bakhmut

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Sefa Karacan/Anadolu Agency via Getty Images)
imagem colorida mostra vladimir putin presidente da russia - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra vladimir putin presidente da russia - Metrópoles - Foto: Sefa Karacan/Anadolu Agency via Getty Images)

O jornal The New York Times publicou um vídeo, feito a partir de drone, do que restou da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, onde se travou até agora a batalha mais longa e mais sangrenta contra os russos. Recomendo a Lula que assista.

O panorama é de devastação. Não há mais Bakhmut, anteriormente o lar de 77 mil ucranianos. Agora só existe um amontoado de ruínas, em imagens que lembram as das cidades europeias arrasadas por bombardeios na Segunda Guerra Mundial,  ou, como disse o presidente Volodymyr Zelensky no Japão, as de Hiroshima aniquilada nuclearmente, em comparação cheia de senões. Bakhmut tem interesse estratégico relativo, mas adquiriu completo valor simbólico. O anunciado triunfo da Rússia na batalha pela cidade é uma vitória de Pirro. Representa o que será o único despojo da sua brutalidade na Ucrânia: o nada.

 

O vencedor do momento em Bakhmut não foi o exército russo, mas a milícia mercenária Wagner.  O criminoso Vladimir Putin justificou a invasão sob o argumento falacioso de que era preciso “desnazificar” o país vizinho. O cinismo do autocrata russo não resiste a qualquer teste de realidade. Um deles é a própria milícia Wagner, como mostra o documentário francês Wagner, o Exército das Sombras de Putin, realizado pelas jornalistas Ksenia Bolchakova e Alexandra Jousset. Já falei do filme em outro endereço.

O filme disseca as entranhas dessa milícia que tem como criador um nazista. Pois é. O nome do bruto é Dimitri Outkine, ex-oficial das forças especiais russas e admirador de Adolf Hitler. Ele tem duas tatuagens com o símbolo da SS e um terceira com a águia do Terceiro Reich. O nome da milícia, aliás, é homenagem ao compositor alemão Richard Wagner, o preferido de Hitler.

A Wagner, que desde 2014, ano da invasão da Crimeia, vinha cometendo barbaridades no leste da Ucrânia, agora substitui o próprio exército russo, do qual antes era apenas um braço clandestino, como ocorre em Bakhmut. A milícia atua em diversos países: Síria, República Centro-Africana, Líbia e Mali. Para repetir literalmente o que escrevi no outro endereço, “na África, a sua prioridade é estender os seus tentáculos nas ex-colônias francesas. A Wagner faz a segurança do presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera, e aterroriza quem ousa opor-se a ele. A força mercenária russa praticamente chefia a polícia local, que se mostra impotente para impedir execuções, pilhagens e estupros. A Wagner também está envolvida na exploração de minas de diamantes da República Centro-Africana”. 

O seu financiador, ou dono, que já esteve mais para testa-de-ferro de Vladimir Putin, é o oligarca Evgueni Prigojine, ex-gângster de São Petersburgo que acumulou fortuna com contratos governamentais vantajosos, ao que tudo indica também para quem deveria ser o inquilino do Kremlin. Neste momento, o desastre militar russo na Ucrânia faz com que ele publicize zangadamente discordâncias com o exército que julga incompetente.

A história da milícia está contada de maneira vívida em Wagner, o Exército das Sombras de Putin. Recomendo a Lula que assista ao documentário, além do vídeo do New York Times com o cenário de destruição de Bakhmut. Talvez ele deixe de igualar o agredido ao agressor. Talvez ele deixe de igualar um exército regular que defende o seu país, comandado por um presidente democraticamente eleito, a milicianos mercenários que cometem atrocidades sob o patrocínio de um tirano processado em Haia por crimes de guerra. Talvez ele entenda quem são os nazistas nessa história.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comMario Sabino

Você quer ficar por dentro da coluna Mario Sabino e receber notificações em tempo real?