O que há na névoa mental de Lula
Lula não acredita que está fazendo nada de errado. Para ele, o que há é sabotagem à concretização do seu plano de governo: endividar pobres
atualizado
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Jornalistas estão surpresos com Lula, como se ele estivesse fazendo o contrário do que sempre pregou. As avaliações, contudo, são sempre diluídas em água: as frases do presidente são “equivocadas”, as suas posições são “antiquadas”, as suas alianças internacionais são “sem sentido”.
Lula age como se fosse presidente da Petrobras, interfere na Vale, não está nem aí com a epidemia de dengue que acomete o país, alia-se a ditaduras na América Latina, Europa e Ásia, compara Israel a Hitler, ataca a independência do Banco Central, o seu governo gastão fechou o ano passado com um buraco de 230 bilhões de reais, o pior resultado desde 2020 — mas vamos dar um desconto, porque ele não é Jair Bolsonaro. Só precisa levar uma bronca.
Enquanto jornalistas amenizam para Lula, o mundo real o julga com metro rigoroso: depois de pesquisas nacionais apontarem uma queda na aprovação do presidente, uma sondagem do Datafolha feita na cidade de São Paulo mostra que a reprovação a Lula subiu de 25%, em agosto do ano passado, para 34% agora.
Isso quer dizer que mais de um terço dos eleitores paulistanos acham que o governo Lula não é nada menos do que péssimo.
Diante dos resultados desastrosos das pesquisas, o presidente da República disse ter “certeza absoluta que não tem nenhuma razão para o povo brasileiro me dar 100% de popularidade, porque ainda estamos muito aquém daquilo que prometemos”.
Lula vai corrigir o seu rumo? Não. Ele realmente acha que está certo em tudo o que faz e afirma. Lula é o que sempre foi. Na névoa mental do presidente da República, o que há é sabotagem à concretização do seu plano de governo: baixar os juros e endividar os brasileiros pobres para que eles se lambuzem no consumo em 60 prestações, ressuscitando aquela farsa da “nova classe C” do seu primeiro mandato. O plano é só esse.