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O plano Tacla Duran contra Moro e a suposta patetice de Lul22

Tacla Duran integra a tentativa do PT de reescrever a Lava Jato. Mas as provas da operação são robustas e há os aloprados para atrapalhar

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Alessandro Dantas/Divulgação
CPMI das empresas JBS e J&F, ouve através de videoconferência, o ex-consultor do grupo Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran
1 de 1 CPMI das empresas JBS e J&F, ouve através de videoconferência, o ex-consultor do grupo Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran - Foto: Alessandro Dantas/Divulgação

Você aí que votou em Lula, esperando que ele e o seu partido “pacificassem” o país, depois de quatro anos de Jair Bolsonaro — você foi enganado. O presidente da República e o seu partido continuam a açular os cidadãos contra o seu antípoda eleitoral, em grau que vai muito além do jogo natural da política.

É necessidade de sobrevivência. Lula e o PT precisam de Jair Bolsonaro e dos bolsonaristas, assim como um doente de asma precisa do seu nebulímetro. O contrário é também verdadeiro. Sem a bombinha, todos eles ficam sem oxigênio. É uma gente sem fôlego próprio, asfixiada para sempre com ideias historicamente ultrapassadas, seja à esquerda ou à direita.

Há outro motivo para que Lula e o PT continuem a açular os cidadãos contra Jair Bolsonaro e os bolsonaristas: eles querem reescrever a história da Lava Jato, obviedade que eu já disse aqui, para limpar a reputação suja de óleo da Petrobras. A esperteza foi associar ao bolsonarismo a operação anticorrupção que os flagrou na lambança ao seu antípoda eleitoral, aproveitando-se do erro de Sergio Moro de aceitar o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (aceito que foi um erro) e de ainda ter feito campanha para o sujeito que o rifou.

Essa esperteza de associar a Lava Jato ao bolsonarismo contou com a vantagem competitiva de um sistema interessado em causa própria na anulação das sentenças do chefão petista e de outros graúdos, bem como dos processos inteiros. Sistema integrado por Jair Bolsonaro e bolsonaristas, não venham eles igualmente querer reescrever a história. 

A Lava Jato, contudo, é osso duro de roer, pega um, pega geral e também vai pegar você. É impossível passar uma borracha sobre ela que apague completamente tudo e substituí-la por um textinho achamboado das versões militantes. Não adiantou anular sentenças, não adiantou a campanha abjeta nas redes sociais e na imprensa amiga, não adiantou cassar Deltan Dallagnol e não adiantará cassar Sergio Moro, que é o objetivo anunciado.

A operação anticorrupção foi tão robusta em termos de provas, tão inédita no seu destemor com poderosos, que não dará para transformá-la em ato de perseguição política, apesar de todos os esforços feitos até agora e de outros a ser feitos. Para completar, além de todas as qualidades incanceláveis da Lava Jato, Lula e o PT ainda têm aloprados para atrapalhar a reescritura da história.

Veja-se, neste momento, o que ocorre na 13ª Vara Federal de Curitiba. Tudo estava pronto para pôr em marcha o plano Tacla Duran de ataque contra Sergio Moro, mas eis que o magistrado Lul22, encarregado de dar aquela credibilidade à Lava Jato, supostamente resolveu intimidar, por meio de um ridículo telefonema anônimo, o filho de um desembargador do TRF4 que ousou contrapor-se à estratégia petista. 

Não passou pela mente genial do autor do telefonema que o rapaz pudesse gravá-lo e comunicar essa enormidade às autoridades, como ocorreu. O resultado é que o suspeito Lul22 foi afastado cautelarmente pelo TRF4 dos casos da operação, dando lugar à juíza que Lula e o PT só odeiam menos do que odeiam Sergio Moro.

Ou seja, por causa da suposta patetice de Lul22, o plano Tacla Duran precisará de Brasília para ser executado, enquanto os petistas aumentarão a gritaria que associa o bolsonarismo à Lava Jato, essa operação que, companheiros, era um golpe da extrema direita. Assisto com curiosidade antropológica aos próximos e previsíveis episódios.

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