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O estado terrorista do Irã toma uma jornalista italiana como refém

A jornalista Cecilia Sala foi presa no Irã para ser usada como moeda de troca por um engenheiro iraniano processado por terrorismo nos EUA

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A jornalista italiana Cecilia Sala presa no Irã -- Metrópoles
1 de 1 A jornalista italiana Cecilia Sala presa no Irã -- Metrópoles - Foto: Elena Di Vincenzo/Mondadori Portfolio via Getty Images

O estado terrorista do Irã tomou como refém a jornalista italiana Cecilia Sala, de 29 anos. Ela foi presa em Teerã, em 19 de dezembro, sob a acusação vaga e mentirosa de ter cometido “violações da lei da república islâmica”.

Cecilia Sala não cometeu violação nenhuma. A jornalista foi encarcerada para ser usada como moeda de troca, um clássico da república terrorista do Irã desde os primórdios da tomada do poder pelos aiatolás — o presidente americano Jimmy Carter, que morreu ontem, aos 100 anos, teve quase um terço do seu mandato ocupado pela crise dos 52 reféns americanos mantidos presos na embaixada em Teerã, entre novembro de 1979 e janeiro de 1981.

O regime quer trocar Cecilia Sala pelo engenheiro Mohammad Abedini-Najafabad, especialista em drones, que foi preso em 16 de dezembro, no aeroporto de Malpensa, em Milão. Ele é processado nos Estados Unidos por associação criminosa, violação de normas de exportação e apoio a organização terrorista, a Guarda Revolucionária Iraniana.

A Justiça da Itália o prendeu atendendo a um pedido feito pelo tribunal federal de Massachussets, onde corre o processo contra ele. A Justiça americana, que alegou perigo de fuga, quer a sua extradição, e os italianos seguem os procedimentos previstos na legislação.

O Irã protestou contra a prisão de Mohammad Abedini-Najafabad junto a Roma, mas a Justiça italiana, como ocorre em todo país democrático, é soberana, não está submetida a conveniências diplomáticas. O Irã, então, prendeu Cecilia Sala para fazer o escambo. O regime deve, agora, inventar um motivo qualquer para justificar o seu aprisionamento.

O advogado do engenheiro apresentou um pedido ao tribunal de Milão para que o seu cliente seja mantido em prisão domiciliar, o que possibilitaria, em tese, que o Irã fizesse o mesmo com a jornalista. Mas os os americanos são contra tirá-lo da cadeia

Eles dizem que Mohammad Abedini-Najafabad tem contato com serviços secretos que podem ajudá-lo a escapar e usam um precedente: em 2023, um contrabandista de armas russo, Arthem Uss, do qual os Estados Unidos pediam a extradição, fugiu da Itália enquanto era monitorado apenas com tornozeleira. Os americanos também já afirmaram que não vão retirar o pedido para que o engenheiro seja transferido para os Estados Unidos.

O jogo internacional é intrincado, mas não deveria fazer ninguém perder de vista que a jornalista Cecilia Sala foi feita refém por um estado feroz, que despreza, oprime, tortura e mata mulheres. Um estado terrorista.

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