O critério de Lula para o STF: o interesse do Brasil. Lula é Brasil
Lula disse que gênero e cor não serão critérios para ele preencher a vaga de Rosa Weber. Sem lenço, sem documento, tudo no bolso ou nas mãos
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi admiravelmente livre, sem lenço, sem documento, tudo no bolso ou nas mãos. Nessa segunda-feira, ao ser indagado sobre o assunto, ele afirmou que gênero e cor de pele não serão seus critérios para escolher quem ocupará a vaga deixada por Rosa Weber no STF:
“O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo de escolher uma pessoa que possa atender os interesses do Brasil. Uma pessoa que tenha respeito pela sociedade brasileira. Que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Sem precisar ficar votando pela imprensa. Já tem várias pessoas em mira. Não precisa perguntar questão de gênero ou de cor. No momento certo vão saber quem eu vou indicar.”
Ao que dizem, Lula indicará Flávio Dino ou o advogado-geral da União, Jorge Messias, o Bessias, para o Supremo. Mas vamos nos alinhar, como diria o futuro inocente Marcelo Odebrecht, com o nome do atual ministro da Justiça. Afinal de várias contas, ele é o favorito até o momento.
Flávio Dino tem respeito pela sociedade brasileira?
Quando assumiu o ministério, Flávio Dino afirmou: “Apenas os fascistas querem exterminar quem pensa diferente. Os democratas sabem que as diferenças são necessárias, são imprescindíveis, porque só assim a sociedade se engrandece”. Muito bem, parabéns.
Passados nove meses, contudo (o tempo de uma gestação, o que só parece pouco para os ultra-abortistas), a questão ainda é saber se ele acredita que a metade do Brasil que votou em Jair Bolsonaro é fascista. Ou seja, não seria imprescindível. Se houver sabatina de Flávio Dino, sugiro que um senador lhe faça a pergunta.
O atual ministro da Justiça respeita a imprensa, mas não tem medo dela?
É uma pergunta difícil de responder, porque ele não teve oportunidade de mostrar nem respeito, nem coragem nesse campo. Afora as exceções de praxe, a imprensa nacional se mostra tão domesticada por Lula, que o presidente deveria desejar que os ministros do Supremo votassem por ela, não o contrário.
Flávio Dino atende os interesses do Brasil?
Não comecei pelo começo da fala de Lula, porque o começo da fala de Lula rende um bom fecho, e tudo do que um colunista como eu precisa é de um final, se não grandioso, ao menos que faça o nariz do leitor dar uma coçadinha, seja de prazer ou de raiva.
Sim, Flávio Dino atende os interesses do Brasil, assim como Cristiano Zanin (e Jorge Messias, terceiramente, reconheçamos as virtudes do AGU). Porque Lula é o Brasil. E o país no qual Lula se espelha, ou que se deixa espelhar em Lula, alguém terá o topete de discordar?, certamente não é mais aquele de 1988, quando o petista afirmava que “no Brasil, quando um pobre rouba vai para a cadeia; quando um rico rouba, vira ministro”. Ultrapassamos essa fase, com a graça dos Três Poderes.
Quanto a, especificamente, não ter gênero e cor de pele como critérios para escolher ministro do STF, como quando Lula indicou Joaquim Barbosa, deixo o mal-estar da civilização lulista para a esquerda. Pobre menina rica da esquerda: ela também tem de se haver com o fato de a polícia militar mais letal do Brasil ser a da Bahia petista. PAC, PAC, bang, bang.