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O Brasil de Lula será cúmplice de uma farsa: a eleição na Venezuela

Amigo histórico da ditadura bolivariana, Lula diz estar feliz com a eleição na Venezuela. E inocula uma vacina no processo espúrio

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Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula e Nicolás Maduro, ditador da Venezuela -- Metrópoles
1 de 1 Presidente Lula e Nicolás Maduro, ditador da Venezuela -- Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Brasil de Lula será cúmplice de uma farsa: a eleição presidencial na Venezuela, marcada para 28 de julho, dia do nascimento do tirano Hugo Chávez, mentor e perpetrador do bolivarianismo. Muito coerente.

A despeito do compromisso firmado com adversários do regime para que haja observadores internacionais, a eleição tem as cartas marcadas para Nicolás Maduro vencer.

A Justiça bolivariana, composta por cupinchas do atual ditador, singelamente tirou do páreo a principal voz da oposição, Maria Corína Machado, inabilitando a sua candidatura por 15 anos. 

Maria Corína Machado não poderá concorrer “por estar envolvida na trama de corrupção orquestrada” por Juan Guaidó, o oposicionista que durante certo tempo foi reconhecido por 50 países, inclusive o Brasil, como o presidente legítimo da Venezuela. Juan Guaidó também foi impedido de concorrer, é claro.

O regime que causou o êxodo de 6 milhões de venezuelanos e espalhou a fome por um país outrora arrumado acusa os oposicionistas de participar de uma “conspiração” que causou “o bloqueio criminoso da República Bolivariana da Venezuela, bem como a desavergonhada desapropriação de empresas e riquezas do povo venezuelano no exterior, com a cumplicidade de governos corruptos”.

Sem-vergonhas são Nicolás Maduro e os seus asseclas. Não bastasse a eliminação das candidaturas de Maria Corína Machado e de Juan Guaidó, eles também trataram de impedir que Henrique Capriles, outro oposicionista, concorra.

Lula, amigo histórico da ditadura bolivariana, diz estar feliz com a eleição na Venezuela. E ainda inocula uma vacina no processo espúrio, antecipando-se à acusação inevitável de fraude. 

Ele afirmou hoje que o país vizinho “precisa de eleição altamente democrática para reconquistar espaço de participação cidadã nos fóruns internacionais”. E acrescentou, cinicamente: “Quem sabe (a eleição altamente democrática) se estenda até Cuba. Estou feliz que finalmente está marcada a data das eleições na Venezuela, e eu espero que as pessoas que estão disputando as eleições não tenham o hábito do ex- presidente desse país (Jair Bolsonaro) de negar o processo eleitoral, as urnas, a Suprema Corte”.
O senhor presidente ainda se comparou com Maria Corína Machado, sem citar o nome da venezuelana, para tripudiar:

“Aqui, neste país, eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, que disputou as eleições.”

Não há Bolsonaros na oposição venezuelana. E a Suprema Corte da Venezuela não conta com juízes dignos desse nome, foi reformada em 2022 para ter uma maioria de fantoches togados de Nicolás Maduro. A eleição presidencial na Venezuela será uma farsa e o Brasil de Lula será cúmplice.

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