Não haverá apenas fanáticos bolsonaristas na avenida Paulista
A manifestação de amanhã deve reunir, além de bolsonaristas raiz, muita gente desconfiada do Judiciário e com o antipetismo reavivado
atualizado
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A grande pergunta no mundo político-judiciário hoje é se a manifestação de amanhã, na avenida Paulista, convocada por Jair Bolsonaro e divulgada pelo exército digital dos bolsonaristas, será suficientemente grande para que o establishment reflita sobre o processo de martirização do ex-presidente.
Se o tempo permitir, é provável que reúna bem mais gente do que fazem crer os jornalistas. O que é possível dizer é que não haverá apenas fanáticos bolsonaristas na avenida Paulista. Esse contingente deve ajudar a preencher a rua, embora a imprensa imparcial petista já pinte todos como partidários extremistas — e os extremistas que comparecerão ao ato confirmarão a imprensa imparcial petista, se insistirem em levar faixas e cartazes de caráter golpista.
Os não bolsonaristas estarão na avenida Paulista por ver uma oportunidade de protestar contra a volta de tantos corruptos e corruptores reabilitados pelo liberou geral do STF. A causa contígua, ou vice-versa, é por também acharem que, mesmo com todas as culpas de Jair Bolsonaro, o país vive sob o que seria uma ditadura do Judiciário. A maioria dos brasileiros, aliás, é dessa opinião, como mostrado por pesquisa recente da AtlasIntel.
Some-se a essas indignações o repúdio às infâmias proferidas por Lula contra Israel. As falas presidenciais reavivaram o antipetismo que andava entorpecido em certa classe média que o reservava às eleições. Lula, na sua inteligência cada vez mais vigorosa, relembrou o alinhamento petista a ditaduras que, além de oprimir os povos que delas padecem, fomentam grupos terroristas e a destruição dos valores ocidentais.
Não haverá apenas fanáticos bolsonaristas na avenida Paulista, e é isso que deveria preocupar mais o establishment, se ele ainda tiver alguma conexão com a realidade e não continuar a pensar que, quando o mundo é corcunda, a bela postura se torna monstruosidade. Li em Balzac.