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Na cama com Donald Trump e a ex-atriz pornô Stormy Daniels

O depoimento dela no julgamento de Trump foi coberto minuto a minuto pelos jornais dos EUA. Sexo é o único assunto que interessa todo mundo

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Stormy Daniels - Donald trump
1 de 1 Stormy Daniels - Donald trump - Foto: Divulgação

Millôr Fernandes disse certa vez que era completamente incompreensível o interesse em torno de sexo depois de tantos milhares de anos de uso. Mas não há o que fazer: sexo é o único assunto que realmente interessa todo mundo.

Estou acompanhando o julgamento de Donald Trump, em Nova York. Não deixa de ser espantoso que o primeiro presidente americano a enfrentar um processo criminal tenha alcançado essa primazia sob a acusação de ter pagado, com dinheiro indevido, pelo silêncio de uma ex-atriz pornô, a sugestiva Stormy Daniels, que foi para a cama com ele.

Não é uma exclusividade do Partido Republicano. Há coisa de quase trinta anos, houve a investigação sobre o affair do democrata Bill Clinton, que ainda era presidente dos Estados Unidos, com a então estagiária Monica Lewinsky. Ficamos sabendo sobre detalhes da genitália do líder do mundo bem livre, que os dois usaram a cama de Abraham Lincoln na Casa Branca para fazer estripulias, que ela guardou um vestido manchado com o esperma do amante — e até que ele lançou mão de um charuto como brinquedinho sexual.

A determinada altura, não muito alta, a discussão se concentrou sobre a questão se sexo oral poderia ser considerado sexo. O que você acha?

Quase três décadas mais tarde, sexo presidencial foi assunto dos jornais americanos. Eles cobriram minuto a minuto o depoimento de Stormy Daniels, que criou uma tempestade perfeita para Donald Trump. A importância político-criminal do depoimento é evidente, mas não sejamos hipócritas de negar que o que imperou foi a curiosidade de saber o que aconteceu dentro do quarto.

A cobertura mais interessante, nesse sentido, foi a do Washington Post. Esteve bem focada na  cena de sexo do ex-presidente com a então atriz pornô, no quarto que ele ocupava em um hotel na Califórnia, em 2006.

A advogada de Donald Trump não queria que ela entrasse em detalhes, que dissesse apenas que fez sexo com ele e ponto final, mas a acusação afirmou que os detalhes eram importantes para lhe dar credibilidade como testemunha, à exceção da descrição sobre a genitália do acusado. O juiz permitiu, então, que ela fosse mais detalhista, mas nada de falar sobre o ato em si.

Stormy Daniels contou que foi convidada a subir à suíte  de Donald Trump e que, ao chegar lá, ele usava um pijama de seda ou cetim, mas que colocou terno depois de ela fazer uma piada sobre o pijama. Ambos se sentaram à mesa de jantar, e Donald Trump lhe perguntou sobre como funcionava o negócio da indústria pornográfica, inclusive se ela fazia testes para doenças. 

A ex-atriz pornô contou que, a determinada altura (não muito alta), bateu nele com uma revista enrolada. Na sequência, Stormy Daniels foi ao banheiro e, ao voltar, deparou-se com Donald Trump na cama, com camiseta e cueca boxer. Ela disse ter ficado “assustada”. Stormy Daniels disse no tribunal que não queria fazer sexo com ele.

Por que Stormy Daniels foi para a cama? De acordo com o seu depoimento, ela não foi física ou verbalmente ameaçada por Donald Trump, mas sentiu que havia um desequilíbrio de forças. Ele era maior do que ela, e havia um guarda-costas do outro lado da porta do quarto.

“Eu tirei as minhas roupas e os meus sapatos. Mas acho que fiquei de sutiã.”

Ela afirmou ter ficado olhando para o teto e tentado pensar em outra coisa durante o ato. Stormy Daniels também disse que Donald Trump não usou preservativo. Ela se limitou a dizer qual era a posição sexual.

“As minhas mãos tremiam muito. Eu tive dificuldade para me vestir. Ele disse: ‘Oh, muito bom. Vamos ficar juntos outra vez, docinho. Fomos ótimos juntos’.”

De acordo com Stormy Daniels, ela continuou a ver Donald Trump porque esperava que ele a deixasse aparecer no reality show The Apprentice, do qual o milionário era apresentador.

As versões de Stormy Daniels vêm variando desde 2011, quando ela deu uma entrevista a uma revista, na qual contou o seu caso com Donald Trump. De qualquer forma, ela acrescenta agora um ingrediente novo e potencialmente fatal: a de que o sexo com o ex-presidente americano não teria sido consensual.

O interesse em torno de sexo é incompreensível depois de tantos milhares de anos de uso, mas dá para entender. Sexo com Donald Trump é sexo? O que você acha?

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