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Milei bota a mulher de Sánchez no meio, e o espanhol bota a Espanha junto

O governo espanhol foi desproporcional, bananeiro, na reação à fala de Milei sobre a mulher do primeiro-ministro Pedro Sánchez

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1 de 1 Imagem colorida do candidato à presidência da Argentina, Javier Milei - Metrópoles - Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

O governo de esquerda da Espanha está se comportando como se o país fosse uma república bananeira. 

Depois de chamar para consultas a sua embaixadora na Argentina, o ministro das Relações Exteriores espanhol anunciou que ela não voltará mais para Buenos Aires e que a Espanha continuará sem embaixador no país sul-americano.

Tudo porque o presidente da Argentina, Javier Milei, foi a Madri e chamou a mulher do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de “corrupta”. 

Foi em um comício eleitoral do Vox, partido da ultradireita espanhola. Ele não citou o nome de Begoña Gomez, mas disse: 

“As elites globais não percebem o quão destrutivo pode ser implementar as ideias do socialismo (…), mesmo quando eles têm a mulher corrupta, eles sujam e levam cinco dias para pensar sobre isso.”

A referência foi ao episódio que teve a mulher de Pedro Sánchez como protagonista. Begoña Gomez foi acusada de corrupção e tráfico de influência, o marido ficou fulo, cancelou compromissos oficiais e ameaçou renunciar. A Espanha ficou em suspense, mas a acusação acabou arquivada pelo Ministério Público.

Enfurecido com o presidente argentino Pedro Sánchez exigiu, por meio da chancelaria espanhola, um pedido de desculpas público de Javier Milei. O presidente argentino respondeu que não pediria desculpas coisa nenhuma e lembrou que já havia sido ofendido por integrantes do governo espanhol.

Boquirroto manjado, Javier Milei não deveria ter feito o que fez. Mas a resposta do governo da Espanha é desproporcional. Bastava uma nota de repúdio, em termos fortes, vá lá, e se estaria conversado. Não se retira embaixador de país amigo porque o presidente de turno é ofensivo.

Jair Bolsonaro foi insultuoso ao comparar fisicamente Brigitte Macron a Michelle, mas o presidente da França, Emmanuel Macron, não cogitou nem longinquamente chamar para consultas o seu embaixador no Brasil e muito menos retirá-lo definitivamente do cargo. O presidente francês comentou que o presidente brasileiro não estava à altura do cargo que ocupava e recolheu o seu ódio.

Esse negócio de colocar assuntos familiares no meio de relações diplomáticas é coisa de país insignificante, de ditadura, de democracia chulé. 

Presidente de uma democracia chulé, Javier Milei se comportou mal, não tinha nada de falar da mulher dos outros e merece desprezo por isso. Com a sua reação exagerada, Pedro Sánchez se igualou ao argentino. Javier Milei botou a mulher do espanhol no meio, e o espanhol resolveu botar a Espanha junto, como se a nação inteira tivesse sido hostilizada. 

Não está certo. A Espanha é um dos grandes países democráticos do mundo, tem de dar exemplo de altivez e os seus governantes não podem deixar que a política pequena se imiscua em assuntos de Estado. Fico pensando o que Pedro Sánchez faria se Javier Milei tivesse falado da mãe dele. Declararia guerra? Melhor não dar ideias.

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