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Lula silencia sobre os estupros de mulheres israelenses

No mesmo dia em que a ONU divulgou o relatório sobre os crimes sexuais do Hamas, Lula voltou a atacar insanamente Israel

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O presidente Lula durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto
1 de 1 O presidente Lula durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto - Foto: Vinicius Schmidt/Metropoles

Lula não suporta muita informação. Vive de resumos que lhe são passados. É assim desde o seu primeiro mandato. O tempo piora tudo para todo mundo, e com o presidente da República não é diferente. Os resumos ficaram mais curtos, e as fontes dos resumos encolheram.

A ignorância presidencial pode explicar, em parte, o vexame que ele deu ontem ao voltar a atacar iniquamente Israel, como se soldados israelenses tivesse atraído palestinos indefesos para uma emboscada mortífera no episódio da distribuição de ajuda humanitária.

É uma irresponsabilidade, para dizer o mínimo, porque a verdade aponta para a versão israelense, de que a maioria de mortos e feridos não foi atingida por tiros dos tanques  — ou “torpedos”, como disse insanamente Lula —, mas morreu atropelada por caminhões ou pisoteada. 

De acordo com Israel, os tiros foram disparados porque a turba avançou para cima dos soldados, que se sentiram ameaçados. O episódio mostra o caos reinante em Gaza, e o governo de Benjamin Netanyahu deve ser responsabilizado por isso, não por uma emboscada que nunca existiu.

A fala de Lula foi tão mais desastrosa porque ocorreu no dia em que a ONU — claramente hostil a Israel — divulgou um relatório no qual reconhece que o Hamas estuprou mulheres israelenses no massacre perpetrado em 7 de outubro. O presidente brasileiro simplesmente não tocou no assunto.

Quando as investigações independentes sobre os crimes cometidos pelos terroristas contra mulheres foram concluídas, e os seus resultados entregues à ONU, abordei o assunto em artigo. Disse que Lula se aliava na cena internacional a quem pratica o estupro como arma de guerra. O seu silêncio corrobora a afirmação, e a sua eventual ignorância a respeito do assunto é a hipótese menos nociva, embora continue a ser dolosa do ponto de vista institucional.

O relatório da ONU, de 24 páginas, diz que “foram reunidas informações circunstanciais críveis, que podem ser indicativas de algumas formas de violência sexual, incluindo mutilação genital, tortura sexual ou tratamento cruel, desumano e degradante”.

Mais: “A equipe da missão (da ONU) encontrou informações claras e convincentes de que alguns reféns levados para Gaza foram submetidos a várias formas de violência sexual relacionadas ao conflito e tem motivos razoáveis para acreditar que essa violência possa estar acontecendo”.

Ou seja, as mulheres israelenses que estão entre os 134 reféns que o Hamas mantém em Gaza, dos quais o grupo terrorista se recusa a dar prova de vida, provavelmente são continuamente violentadas por seus algozes.

Que o presidente brasileiro não condene esse horror com a mesma veemência que usa contra Israel nos seus discursos sem pé nem cabeça, isso é prova da sua parcialidade raivosa contra uma nação amiga do Brasil. A sua ignorância, se tal é o caso, tem lado. O do Hamas, cujo chefe de relações políticas e internacionais, Basem Naim, elogiou Lula pelas suas manifestações de apoio à “causa palestina”.

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