Lula e Bolsonaro são frutos do titicão
Às vésperas da votação da reforma tributária, a realidade desmente o discurso de Lula: não há divisão entre titica e política
atualizado
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Às vésperas da votação da Reforma Tributária na Câmara, a figura política importante para que o texto passe no plenário sem maiores problemas é Jair Bolsonaro. O TSE o condenou a inelegibilidade até 2030, mas não pode cassar a sua influência sobre uma penca de deputados federais.
Tarcísio de Freitas, que se elegeu graças ao antigo chefe, reuniu-se com Jair Bolsonaro, para tentar convencê-lo a apoiar a reforma tributária. O governador paulista, que foi a Brasília para tentar atenuar o impacto negativo das mudanças sobre a arrecadação do estado de São Paulo, decidiu ficar ao lado da reforma, depois de ser convencido por Fernando Haddad. A reunião com Jair Bolsonaro é uma prova de fogo para Tarcísio de Freitas e as suas ambições.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, também avisou que apelaria a Jair Bolsonaro, para que ele voltasse atrás na sua decisão de fechar questão contra a reforma tributária. “O posicionamento individual de qualquer cidadão público pesa, ainda mais a de um ex-presidente. O apelo que vou fazer é que a gente se atenha a questões técnicas do texto”, disse Arthur Lira.
Enquanto isso, em discurso numa cerimônia na hidrelétrica de Itaipu, Lula comparou Jair Bolsonaro a titica, em mais uma demonstração de que o amor venceu o ódio. “Quando a gente não gosta de política, nasce uma titica como Bolsonaro”, afirmou o presidente desta nobre República.
Comprar deputados com dinheiro público é a única forma de Lula fazer política, como se viu no mensalão, no petrolão e, agora, com as emendas do orçamento-secreto-que-deixou-de-ser-secreto: só ontem foram 5,3 bilhões de reais em emendas Pix. Já é a reforma mais cara da história brasileira. Lula não é o único comprador de consciências, nunca foi, mas, por achar que democracia é um conceito relativo, Lula vai às compras sem nenhum tipo de constrangimento.
É possível que parte dos deputados bolsonaristas mude de ideia e aprove a reforma tributária, não porque caia no logro de que o monstrengo, no epíteto do economista Felipe Salto, seja a panaceia para o Brasil, mas justamente pela promessa de uma chuva de dinheiro a encharcá-los. A grande lealdade no Brasil é ao dinheiro. Seja qual for o busilis, o que se vê é a realidade desmentir o discurso de Lula: não há divisão entre titica e política, porque ambas nunca estiveram dissociadas. A titica Jair Bolsonaro nasceu e cresceu adubada pelo titicão da política, não fora dele, e nele permanece. Assim como Lula.