Julian Assange, o mártir da esquerda que odeia liberdade de expressão
A esquerda comemora a soltura de Julian Assange. Enquanto isso, cidadãos brasileiros estão silenciados por usarem a liberdade de expressão
atualizado
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Julian Assange, o fundador do site Wikileaks, livrou-se da cadeia nos Estados Unidos. Em troca de reconhecer a culpa por ter divulgado informações militares e mensagens diplomáticas confidenciais do governo americano, ele saiu da prisão no Reino Unido e não será extraditado. Poderá seguir para a sua Austrália natal.
Ao vazar mais de 10 milhões de documentos dos Estados Unidos, Julian Assange se tornou um herói da esquerda naturalmente antiamericana. Ao ter de enfrentar as consequências judiciais disso, tornou-se um mártir da liberdade de expressão para a esquerda que naturalmente odeia liberdade de expressão.
Lula fez campanha pela sua soltura, assim como o venezuelano Nicolás Maduro. Esses dois ícones do jornalismo livre, que jamais seriam capazes de pedir a cabeça de repórteres e articulistas, muito menos de cortar as cabeças dos mais incômodos, pronunciaram-se sobre o acordo entre a Justiça dos Estados Unidos e Julian Assange.
“O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje, Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, escreveu Lula no X.
“Abraçamos e parabenizamos Julian Assange pela sua libertação. É o triunfo da liberdade e da luta da humanidade pelo respeito pelos Direitos Humanos. Assange é um exemplo de coragem e bravura na batalha pela verdade. A justiça sempre prevalecerá!”, disse Nicolás Maduro.
Para ficar dentro das nossas fronteiras, a mesma esquerda que comemora a soltura de Julian Assange aplaude o silenciamento e a prisão de cidadãos que apenas fizeram uso da liberdade de expressão para manifestar a sua discordância e a sua revolta com a política brasiliense. É também a mesma esquerda que acusava e queria punir jornalistas por vazamento de informações durante a Lava Jato.
O cinismo da esquerda não tem limite, mas isso está longe de ser novidade, visto ser parte essencial da ideologia que ama a humanidade de paixão, mas não tanto como a si mesma.