metropoles.com

Defensoria Pública de SP promove evento militante em prédio ocupado

Os novos integrantes da Defensoria Pública paulista tomarão posse hoje um prédio ocupado há mais de dez anos. É a “posse popular”. Não dá

atualizado

Compartilhar notícia

MPDFT pede inclusão de cotas raciais em concurso da Defensoria Pública
Fachada do prédio da Defensoria Pública de São Paulo -- Metrópoles
1 de 1 Fachada do prédio da Defensoria Pública de São Paulo -- Metrópoles - Foto: MPDFT pede inclusão de cotas raciais em concurso da Defensoria Pública

Os novos integrantes da Defensoria Pública de São Paulo tomarão posse hoje em lugar inusitado: um prédio ocupado há mais de dez anos no centro da capital paulista, que passou a ser conhecido como Ocupação São João. O prédio estava abandonado quando foi tomado por mais de duas centenas de famílias.

No convite, está escrito que “a posse popular marca o fortalecimento da Defensoria Pública e o compromisso dos/as defensores/as públicos com a defesa intransigente dos direitos da população vulnerabilizada do estado de São Paulo”.

 

A Defensoria Pública garante o direito constitucional de um cidadão sem recursos de ter assistência jurídica de forma integral e gratuita. O convite é, portanto, um manifesto militante de uma instituição de Estado. Dá? Não dá. Por mais que tenha autonomia em relação a governos, e por mais que as causas abraçadas por seus integrantes sejam justas, não é papel de uma instituição de Estado organizar posse popular ou impopular. 

A razão é simples: o Estado representa todos os cidadãos, independentemente da classe social a que cada um pertence. Desse modo, uma instituição sua, mesmo que seja a designada para defender pobres ou “vulnerabilizados”, como quer a novilíngua, não pode tomar posição a favor de uma classe contra a outra ou contra até o próprio Estado. A Defensoria Pública não é braço de partido político ou diretório estudantil.

Como prezo a exatidão das palavras, chamou a minha atenção também o uso do adjetivo “intransigente”. Como assim? A Defensoria Pública de São Paulo não transige nem mesmo com a Justiça que eventualmente não lhe dê vitória nos processos? O que os defensores farão se a Justiça ordenar a reintegração de posse de um prédio ocupado, esgotados todos os recursos: vão se entrincheirar com os ocupadores e resistir à polícia?

De resto, desejo boa sorte aos novos defensores públicos. Eles não precisam de manuais de militância ou de direitos achados na rua. Se tiverem como farol a Constituição, isso lhes será suficiente para cumprirem bem o seu dever e até mesmo darem vazão aos seus amores ideológicos. 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comMario Sabino

Você quer ficar por dentro da coluna Mario Sabino e receber notificações em tempo real?