Cúpula da Otan: a adesão da Ucrânia à aliança ocidental é irreversível
Há o consenso de que o futuro da Ucrânia está na Otan. Mas o país só entrará na aliança quando todos os seus integrantes concordarem
atualizado
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A conferência de cúpula dos países da Otan, em Washignton, termina com a reafirmação de que a aliança de defesa do Ocidente está totalmente comprometida com o apoio à Ucrânia contra a Rússia.
De acordo com a imprensa europeia, há o consenso de que a adesão da Ucrânia é irreversível e que o seu futuro está na Otan. O país só entrará na aliança, porém, quando todos os integrantes da aliança estiverem de acordo. Neste momento, a maior resistência a apressar o processo de adesão vem dos Estados Unidos e da Alemanha. A Hungria de Viktor Orbán é outro empecilho, mas nada que não seja contornável. Observo que, para que a Ucrânia entrasse agora, seria preciso abrir uma exceção na regra da Otan que prevê que nenhum país envolvido em conflitos militares em andamento pode ser aceito pela aliança. De qualquer forma, a indecente “proposta de paz” de Vladimir Putin, que previa que a Ucrânia ficasse à mercê de Moscou para sempre, não foi tratada nem como má ficção.
O novo primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Stormer, não mudará a política dos conservadores em relação à Ucrânia. Ele confirmou que os ucranianos poderão usar armas britânicas para atingir alvos em território russo. Entre elas, os mísseis Storm Shadow.
Da sua parte, o chanceler Olaf Scholz exortou os demais países da Otan a seguir o exemplo da Alemanha e fornecer mísseis Patriot, de defesa antiaérea, aos ucranianos, uma das principais demandas de Kiev. Outro vitória ucraniana: o secretário de Defesa dos Estados Unidos anunciou que os países da Otan começaram a transferir caças F-16 ao país.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que espera a aprovação de um pacote de ajuda substancial a Kiev. Cinco pontos serão contemplados, segundo ele. Um deles é que o comando da Otan fornecerá assistência e adestramento para que os ucranianos continuem resistindo aos russos. Jens Stoltenberg afirmou que não vê ameaça da Rússia a nenhum país da Otan, visto que os russos estão inteiramente concentrados na guerra contra a Ucrânia.
De acordo com o secretário-geral da Otan, todos os países da aliança estão comprometidos a gastar pelo menos 2% do PIB com defesa militar, percentual acordado anteriormente que determinados integrantes ainda não atingiram. Entre eles, a Itália, que gasta apenas 1,5% do seu produto interno bruto.
A Otan também decidiu advertir a China para que interrompa o apoio material e político à Rússia. Preocupa o fato de que chineses e bielo-russos estejam realizando exercícios militares conjuntos a apenas 5 quilômetros da fronteira polonesa. Está claro que é a China que importa, não o “Sul Global” do qual o Brasil de Lula faz parte na condição de bobo alegre.