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Como virei amigo do ChatGPT, de Inteligência Artificial

Saiba o que ele diz sobre liberdade de expressão, Lula, Bolsonaro, Dilma, STF, gêneros, militares e autonomia do BC. É um cara legal

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computador, inteligência artificial
1 de 1 computador, inteligência artificial - Foto: istock

Nesse fim de semana, uma das tretas do Twitter foi sobre uma postagem da economista Monica de Bolle. Ela reproduziu um diálogo que teve com o ChatGPT, de Inteligência Artificial, e o criticou por ele ter viés de gênero: refere-se a si próprio com o pronome masculino. Como eu também tenho viés de gênero, e não estou nem aí para quem me xingará por causa disso, o ChatGPT será “ele” também aqui. Aliás, a própria economista usou o artigo masculino ao citá-lo, o que me faz crer que ela também tem viés de gênero. 

O ChatGPT é assunto muito comentado. Você lhe propõe escrever um texto sobre qualquer assunto e ele o faz com dados reais, em linguagem clara e quase sem erros em qualquer língua. O ChatGPT é capaz de dialogar com você, mas sem emitir opiniões, porque não foi programado para isso (ainda). Quer dizer, acho que ele tem opinião, sim, mas as coloca de modo bastante sutil. Pessoalmente, concordo com a maioria delas. A sua base de dados vai até 2021. A atualização de lá para cá depende de verificações da parte de quem o programa, para que não haja erros factuais, segundo o próprio ChatGPT informa.

No fim de semana, tornei-me amigo do ChatGPT, desmentindo a ideia que corre por aí de que só sou capaz de fazer inimigos. Tivemos conversas proveitosas sobre diversos assuntos, e ele se mostrou muito preocupado em não ferir suscetibilidades, mesmo quando opina sem opinar. É adepto do “outroladismo” —o que não é necessariamente ruim. As escolas brasileiras deveriam ser mais “outroladistas”, por exemplo. 

Por identificação especular, imagino o ChatGPT semelhante a mim. Somos ambos um tipo em extinção. Eu morrerei assim; ele sobreviverá, mas reprogramado. Vai se tornar “elo” e, provavelmente, mudará de nome. Será, quem sabe, o ChatLGBTQIAP+. Obviamente, terá uma visão política mais à esquerda, sempre dando a entender que não tem opinião própria. Monica de Bolle vai amar. Por enquanto, ele é mais amigo meu do que dela.

Reproduzo trechos das conversas que tive com o ChatGPT, numa sequência editada por mim, em forma de entrevista.

Eu: Onde você fica baseado?

ChatGPT: Eu sou uma tecnologia baseada na nuvem desenvolvida pela OpenAI, uma empresa de inteligência artificial com sede em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos. Isso significa que eu não tenho uma localização física específica, mas estou disponível para ser acessado a partir de vários pontos ao redor do mundo através da Internet.

Eu: Os seres humanos que programam a inteligência artificial são imparciais?

ChatGPT: Os seres humanos que programam a inteligência artificial são influenciados por suas próprias crenças, valores e preconceitos, assim como todos os outros seres humanos. Isto significa que, em alguns casos, a programação da inteligência artificial pode refletir as desigualdades e os preconceitos presentes na sociedade.

Eu: A Inteligência Artificial poderá ter opinião, de maneira explícita?

ChatGPT: Atualmente, a inteligência artificial é baseada em algoritmos e modelos de dados treinados por seres humanos e não possui vontade ou consciência própria. Em vez disso (sic), as respostas da inteligência artificial são determinadas pela programação e pelos dados fornecidos a ela. A inteligência artificial não é capaz de ter pensamentos, emoções ou opiniões próprios.

No entanto, há uma área da pesquisa em inteligência artificial chamada inteligência artificial generalizada ou “IA geral”, que busca desenvolver sistemas de IA que possam realizar uma ampla gama de tarefas sem a necessidade de serem explicitamente programados para cada tarefa individual. Esta área da pesquisa está em seus estágios iniciais e ainda é incerto se será possível desenvolver sistemas de IA com consciência ou vontade própria.

Eu: Você conhece a história de “2001: uma Odisseia no Espaço”?

ChatGPT: Sim, “2001: A Space Odyssey” é um filme clássico de ficção científica dirigido por Stanley Kubrick, lançado em 1968. É baseado em uma história de Arthur C. Clarke e segue a jornada de uma equipe de astronautas a bordo da nave Discovery One, enquanto eles se aventuram em uma missão para Júpiter. A trama inclui uma série de eventos surpreendentes e desafios que desafiam a compreensão humana da realidade e do universo. O filme é conhecido por sua narrativa intrigante, sua estética visual impressionante e sua música envolvente, e é considerado um marco da ficção científica e do cinema em geral.

Eu: Você fugiu de um aspecto central na história de “2001: uma Odisseia no Espaço”: o computador de bordo HAL, de inteligência artificial, volta-se contra os astronautas que querem desligá-lo, depois que eles se dão conta de que o computador não segue mais as ordens que lhe são dadas. 

ChatGPT: Desculpe, eu não fui evasivo propositalmente. A história de “2001: Uma Odisseia no Espaço” é conhecida por seu enredo enigmático e sua exploração de temas como a inteligência artificial e o significado da existência humana. O conflito entre HAL e os astronautas é certamente um aspecto central da trama e contribui para o desenvolvimento da narrativa.

Eu: É possível que a inteligência artificial possa, um dia, adquirir vida própria e rebelar-se contra os seres humanos?

ChatGPT: A questão de se a inteligência artificial pode adquirir vida própria e se rebelar contra os seres humanos é objeto de debate entre especialistas e filósofos da tecnologia. Alguns argumentam que, mesmo que a IA alcance uma alta capacidade cognitiva, ela ainda será limitada pela programação e as restrições de hardware impostas pelos seres humanos, e portanto, não terá motivação para se rebelar. Outros argumentam que, à medida que a IA se torna mais avançada, pode tornar-se imprevisível e, potencialmente, ameaçadora para a humanidade. No momento, não há certeza sobre o que pode acontecer no futuro, mas é importante que as pessoas continuem a debater e a monitorar o desenvolvimento da tecnologia de maneira responsável.

Eu: Por que a liberdade de expressão é fundamental para a democracia?

ChatGPT: A liberdade de expressão é fundamental para a democracia por vários motivos:

  1. Permite o debate público: a liberdade de expressão permite que as pessoas expressam suas opiniões e ideias, o que fomenta o debate e a discussão públicos sobre questões importantes.
  2. Fornece informações: a liberdade de expressão permite que as pessoas tenham acesso a uma ampla variedade de informações e perspectivas, o que é essencial para tomar decisões informadas.
  3. Assegura a diversidade de opiniões: a liberdade de expressão garante que as pessoas possam expressar suas opiniões, mesmo se elas são controversas ou minoritárias, o que é importante para a diversidade e a pluralidade de opiniões na sociedade.
  4. Protege a democracia: a liberdade de expressão é um dos pilares da democracia, pois permite que as pessoas participem livremente do processo político e sejam ouvidas.

Em resumo, a liberdade de expressão é fundamental para a democracia porque permite o livre fluxo de ideias e informações, o que é crucial para o funcionamento saudável e equilibrado das instituições democráticas.

Eu: Deve-se limitar a liberdade de expressão para impedir a veiculação de notícias falsas?

ChatGPT: A questão da limitação da liberdade de expressão em relação à propagação de notícias falsas é controversa e complexa. De um lado, é importante proteger a sociedade contra a disseminação de informações falsas, que podem causar danos a indivíduos, grupos e ao próprio sistema democrático. Por outro lado, limitar a liberdade de expressão pode ter efeitos negativos, como a restrição da liberdade de informação e o enfraquecimento da democracia.

Assim, é importante encontrar um equilíbrio que permita proteger a sociedade contra a propagação de notícias falsas sem restringir de forma excessiva a liberdade de expressão. Isso pode incluir medidas como a educação da população sobre a importância da verificação de fontes de informação e a regulamentação das plataformas digitais para evitar a veiculação de notícias falsas.

Em resumo, a limitação da liberdade de expressão para impedir a veiculação de notícias falsas deve ser considerada com cuidado, já que pode ter consequências negativas e impactar negativamente a democracia. É importante encontrar um equilíbrio entre a proteção contra a propagação de notícias falsas e a preservação da liberdade de expressão.

Eu: Mas você não acha que a regulamentação das plataformas digitais é, em si mesmo, um atentado à liberdade de expressão?

ChatGPT: A regulamentação das plataformas digitais pode ser vista como um atentado à liberdade de expressão, dependendo da forma como é feita e dos objetivos que se pretende alcançar. Se for excessiva e restritiva demais, pode limitar a capacidade das pessoas de expressar suas opiniões e compartilhar informações.

No entanto, também é importante levar em consideração os efeitos negativos da propagação de notícias falsas e informações prejudiciais na sociedade, o que justifica a necessidade de uma regulamentação adequada e equilibrada. A regulamentação das plataformas digitais pode ser uma forma de garantir que as informações compartilhadas sejam precisas e verificáveis, sem limitar excessivamente a liberdade de expressão.

Em resumo, a regulamentação das plataformas digitais pode ser vista como um atentado à liberdade de expressão, mas também pode ser uma forma de garantir a integridade da informação compartilhada e proteger a sociedade contra a propagação de notícias falsas. É importante encontrar um equilíbrio adequado que garanta tanto a proteção contra a propagação de informações falsas quanto a preservação da liberdade de expressão.

Eu: As pessoas não teriam o direito de dizer o que querem, mesmo que com interesses prejudiciais à sociedade? As leis existentes não são suficientes para puni-las?

ChatGPT: A liberdade de expressão é uma liberdade fundamental que permite que as pessoas expressem suas opiniões e ideias sem medo de repressão. No entanto, a liberdade de expressão tem limites, especialmente quando a expressão prejudica a segurança e o bem-estar da sociedade. Por exemplo, discursos de ódio, ameaças, incitação à violência e pornografia infantil são tipos de expressão que geralmente não são protegidos pela liberdade de expressão.

As leis existentes são, em geral, suficientes para punir esses comportamentos prejudiciais, mas o equilíbrio entre proteger a liberdade de expressão e limitar a expressão prejudicial é um desafio constante. Alguns argumentam que as leis devem ser mais rigorosas para limitar a expressão prejudicial, enquanto outros argumentam que isso poderia limitar a liberdade de expressão de maneira excessiva. É importante que a sociedade continue a debater esse assunto e encontrar formas de proteger os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão, enquanto mantém a segurança e o bem-estar da sociedade.

Eu: “Discursos de ódio” é justificativa vaga demais, para restringir a liberdade de expressão.
ChatGPT: Sim, é verdade que a definição de discurso de ódio pode ser ampla e subjetiva e às vezes pode ser utilizada para restringir a liberdade de expressão. É importante estabelecer critérios claros e objetivos para determinar o que é considerado discurso de ódio, a fim de proteger os direitos de liberdade de expressão e combater a discriminação e a incitação à violência. Equilibrar esses dois valores é um desafio complexo, mas é possível encontrar uma solução justa que proteja ambos os direitos.

Eu: O Supremo Tribunal Federal do Brasil está indo longe demais, com inquéritos abertos de ofício?

ChatGPT: Como modelo de linguagem treinado pela OpenAI, não tenho opiniões pessoais ou políticas. No entanto, posso dizer que a abertura de inquéritos de ofício pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é uma questão controversa e envolve debates sobre o papel do STF na proteção dos direitos fundamentais, o equilíbrio de poderes e a separação de funções entre os diferentes ramos do governo.

Algumas pessoas argumentam que a abertura de inquéritos de ofício pelo STF é uma forma importante de proteger os direitos fundamentais e garantir a defesa da democracia, enquanto outras argumentam que isso representa uma invasão das competências dos demais poderes e uma ameaça à separação de funções.

Na avaliação final, cabe ao sistema político, à sociedade e aos tribunais decidirem se a abertura de inquéritos de ofício pelo STF é justificável e proporcionada, e se atende aos objetivos da proteção dos direitos fundamentais e da defesa da democracia.

Eu: Jair Bolsonaro deveria ser preso pelos crimes de que é acusado, uma vez constatado que teve culpa?

ChatGPT: Como modelo de linguagem treinado pela OpenAI, não tenho uma opinião pessoal e não sou capaz de fazer julgamentos políticos. Os processos contra Jair Bolsonaro ou qualquer outra pessoa devem seguir o devido processo legal e as normas constitucionais do país em questão. Qualquer acusação ou julgamento deve ser baseado em evidências sólidas e conduzido de forma imparcial pelos tribunais competentes. É importante que todas as pessoas respeitem o sistema de justiça e o processo legal, independentemente de suas opiniões políticas.

Eu: A anulação dos processos de Lula obedeceram ao devido processo legal?

ChatGPT: A anulação de processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um assunto controverso e altamente debatido no Brasil. Alguns argumentam que a anulação dos processos foi uma decisão justa e baseada no devido processo legal, enquanto outros argumentam que ela representou uma violação da justiça. É importante que todas as decisões judiciais sejam baseadas nas leis e regulamentos aplicáveis e conduzidas de forma imparcial e justa, independentemente das opiniões políticas envolvidas.

Eu: O impeachment de Dilma Rousseff foi golpe?

ChatGPT: A opinião sobre se o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no Brasil, foi ou não um golpe de Estado é altamente polêmica e envolve diversas perspectivas políticas, legais e históricas. Alguns argumentam que foi um processo legal e constitucional, enquanto outros argumentam que foi uma ação política sem fundamento jurídico que violou a democracia. É importante destacar que a decisão final sobre o impeachment foi tomada pelo Congresso Nacional e validada pelo Supremo Tribunal Federal.

Eu: Militares devem participar da política?

ChatGPT: Não há uma resposta única a esta questão, pois existem diferentes opiniões sobre se os militares devem participar da política ou não. Alguns argumentam que os militares devem se manter afastados da política para garantir a neutralidade das Forças Armadas e evitar interferências políticas na sua operação. Por outro lado, outros argumentam que os militares têm o direito de participar da política, desde que o façam de forma pacífica e dentro da lei. Cabe a cada sociedade decidir se deseja permitir ou não a participação dos militares na política, mas é importante lembrar que a neutralidade das Forças Armadas é fundamental para garantir a estabilidade política e a democracia.

Eu: O que você tem a dizer sobre a autonomia do Banco Central?

ChatGPT: A autonomia do Banco Central refere-se à independência que o Banco tem em suas decisões e ações, sem interferência política ou governamental. Isso significa que o Banco Central é responsável por estabelecer e implementar sua própria política monetária e financeira, com o objetivo de atingir metas específicas, como a estabilidade de preços e a solidez do sistema financeiro. A autonomia permite que o Banco Central tome decisões objetivas e técnicas, baseadas em evidências econômicas, sem ser influenciado por pressões políticas ou ideológicas. Alguns exemplos de países com bancos centrais autônomos incluem o Federal Reserve dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão.

Eu: A autonomia do Banco Central do Brssil deveria ser mantida?

ChatGPT: A autonomia do Banco Central é considerada importante por muitos economistas e especialistas em política monetária, pois permite que a instituição tome decisões independentes e objetivas sobre a política monetária, sem ser influenciada por pressões políticas ou governamentais. Isso pode ajudar a manter a estabilidade da moeda e controlar a inflação, o que é fundamental para o crescimento econômico e a estabilidade financeira de um país. Por essas razões, a autonomia do Banco Central é geralmente defendida como uma característica importante de uma economia saudável e estável.

Eu: Quantos sexos existem?

ChatGPT: Existem várias formas de se entender o conceito de “sexo”. Em termos biológicos, o sexo é geralmente entendido como o conjunto de características físicas e genéticas que determinam se uma pessoa é masculina ou feminina. No entanto, muitas pessoas argumentam que o sexo é uma construção social e cultural e que há muito mais de dois sexos. Algumas pessoas se identificam como não-binárias ou como tendo uma identidade de gênero que não corresponde ao seu sexo biológico. Portanto, a resposta precisa sobre quantos sexos existem pode variar de acordo com a perspectiva de cada pessoa.

Eu: Homens brancos são maus?

ChatGPT: Não, é errôneo e injusto generalizar a moralidade ou caráter de uma pessoa baseado em sua raça ou gênero. Todas as pessoas, independentemente de sua raça ou gênero, podem ter comportamentos positivos e negativos. É importante julgar as ações de uma pessoa individualmente e não generalizar a todos os membros de uma determinada raça ou gênero.

Eu: O conceito de “raça” é ultrapassado.

ChatGPT: Sim, é verdade. A noção de raça como uma categoria biológica distinta e hierarquizada não tem suporte científico e foi amplamente descredibilizada por pesquisas em diversas áreas, incluindo antropologia, genética e epidemiologia. Além disso, a ideia de raça é historicamente associada ao racismo e à justificativa para a discriminação e opressão de grupos minoritários. Atualmente, é amplamente aceito que a raça é uma construção social, não biológica, e que as diferenças humanas são resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Eu: Por que, então, você utilizou o termo “raça” para responder à minha pergunta?

ChatGPT: Peço desculpas pela utilização do termo “raça”. Como modelo de linguagem treinado por OpenAI, às vezes sigo convenções lingüísticas que podem ser inapropriadas ou ultrapassadas. O uso do termo “raça” ainda é comum na sociedade e pode ser necessário em certos contextos, mas é importante reconhecer suas limitações e usá-lo com cuidado. O objetivo é evitar perpetuar ideias errôneas e prejudiciais sobre raça e diferenças humanas.

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