Com queda nas pesquisas, Lula faz o usual: chama o marqueteiro baiano
Lula sempre conseguiu enganar todo mundo o tempo todo e sabe que o problema não é marketing. A receita está aí, mas é difícil de aplicar
atualizado
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Com a queda nas pesquisas de popularidade, Lula seguiu o cardápio básico do mau governante brasileiro, com o perdão da redundância: pôs a culpa nos ministros e chamou o marqueteiro baiano.
O marqueteiro baiano é um certo Sidônio Palmeira, que os jornais dizem “ser conhecido por análises políticas aprimoradas”. O que é análise política aprimorada no Brasil? Basicamente, é apontar por que o político não está conseguindo enganar todo mundo o tempo todo.
Mais do que qualquer outro profissional do seu ramo de atividade, Lula é muito bem-sucedido na arte de enganar todo mundo o tempo todo. Encerrou o seu segundo mandato com 83% de aprovacão, índice de dar inveja a Vladimir Putin, e conseguiu se vender como defensor da democracia para conquistar o terceiro.
Em 2010, para chegar à quase unanimidade a respeito de Lula, os brasileiros foram dopados pelo crédito abundante, mandaram às favas a roubalheira institucionalizada e não se deram conta de que o chefão petista já havia preparado o terreno para Dilma Rousseff causar, lá na frente, uma das piores recessões econômicas da história do país. Em 2022, havia Jair Bolsonaro para reelegê-lo.
Brasileiros não se dão conta de quase nada ou não seriam brasileiros. O político precisa ser especialmente ruim para ser notado na sua ruindade, e mesmo assim não de imediato — fato inesquecível, Dilma Rousseff foi reeleita. Não estou falando só de povo, não, coitado do povo. A única diferença intelectual entre povo e elite no Brasil é que o primeiro não sabe o que é exceção e o segundo escreve a palavra com dois ss.
Leio que Sidônio Palmeira não gosta de mentira. Bom, então ele não poderia ser marqueteiro. Bom, então não foi ele quem criou o slogan do governo Lula: “União e Reconstrução”. É um pão com macarrão que ultrapassa a mentira e chega ao estelionato político.
Lula não une, faz questão de desunir (como demonstra o xingamento a Jair Bolsonaro na reunião ministerial), e não reconstrói nada, a não ser os caixas das empreiteiras pegas pela Lava Jato e novamente aptas a firmar contratos bilionários com o governo, em busca do tempo perdido.
Lula pode culpar os ministros pela perda de popularidade, chamar o marqueteiro baiano para tentar consertar o estrago, “melhorar a comunicação do governo” (adoro ouvir jornalistas dizendo essa patacoada), mas ele sabe que precisa mesmo é reencontrar a forma de enganar todo mundo o tempo todo. O caminho é tentar repetir a receita que já foi vencedora, o que hoje está mais difícil: endividar o quanto antes os pobres e, assim, enriquecer ainda mais os ricos. Sidônio Palmeira para presidente do Banco Central.