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Bomba no STF: está na hora de todos pararem de dar pretextos a malucos

O homem que se explodiu em frente ao STF era louco como o que esfaqueou Bolsonaro. A política não foi motivação, mas fator desencadeador

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imagem colorida de francisco wanderley luiz, homem que detonou bomba e dono de carro que explodiu na praça dos três poderes em brasília -- Metrópoles
1 de 1 imagem colorida de francisco wanderley luiz, homem que detonou bomba e dono de carro que explodiu na praça dos três poderes em brasília -- Metrópoles - Foto: Reprodução

Se não houver ninguém por trás do homem que se explodiu em frente ao STF, na noite de ontem, a coisa ficará mesmo só por conta da loucura, assim como a facada que Adélio Bispo de Oliveira deu em Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, em 2018.

Francisco Wanderley Luiz, o Tio França, foi candidato a vereador pelo PL, em 2020, na cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina. Adélio, por sua vez, foi filiado ao PSol de 2007 a 2014, em Uberaba, Minas Gerais. Direita e esquerda estão empatadas.

A se confirmar a solidão do homem-bomba, estará errado dizer que houve motivação política para ele cometer o seu desvario. O correto será dizer que a política foi o fator desencadeador do ato de loucura. O bolsonarista Tio França era também partidário da terceira via, veja a confusão mental. Em uma das suas mensagens, ele escreveu: “Bolsonaro e Lula, se vocês amam o Brasil, afastem-se da vida pública! Chega de polarização, este é o momento de vocês provarem quem vocês são. O povo é um só povo”.

Há uma diferença essencial aí. A motivação política obedece a certa racionalidade e aponta diretamente para a corrente ideológica com a qual o autor do atentado se identifica; o fator desencadeador de loucura, não, porque ele pode ser qualquer um. Muito provavelmente, tanto Tio França quanto Adélio encontrariam outra justificativa insana, que não a política, para cometer violências em outro cenário, contra outras pessoas. Os dois já tinham histórico de desequilíbrio.

É óbvio que é mais fácil (e conveniente) para a esquerda lulista jogar a culpa pelo homem-bomba da Praça dos Três Poderes sobre a direita bolsonarista, no que seria extensão do 8 de janeiro, da mesma forma que a direita bolsonarista jogou a culpa pela facada em Juiz de Fora na esquerda lulista, como se houvesse motivação de parte a parte.

O difícil é refletir sobre se direita e esquerda, incluídas aí as autoridades judiciárias alinhadas com um e outro lado, não deveriam parar de dar pretextos a malucos e recuar na ignorância prepotente com a qual devastam os princípios que deveriam nortear a democracia brasileira.

Infelizmente, assistiremos ao contrário: a loucura de Tio França dará ensejo a que se continue a devastação que se pretende salvadora da pátria.

PS: A falta de policiamento na Praça dos Três Poderes mostra que o 8 de janeiro não ensinou nada às autoridades de Brasília.

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