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Bolsonaro pisca com Pablo Marçal: o coach é uma bênção para a esquerda

Os bolsonaristas piscam em SP e, com isso, podem perder a eleição municipal duas vezes. Se Pablo Marçal for eleito, o quadro não é melhor

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Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB) -- Metrópoles
1 de 1 Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB) -- Metrópoles - Foto: Reprodução/Youtube

Os bolsonaristas piscam em São Paulo e, com isso, podem perder a eleição municipal duas vezes: no primeiro turno, para Pablo Marçal; no segundo turno, para Guilherme Boulos, se o coach for o adversário.

Ricardo Nunes, com todas as suas limitações, é o cavalo seguro que deveria ter sido a real aposta de Jair Bolsonaro para o primeiro turno, houvesse alguma racionalidade naquela cabecinha.

Mesmo antes da ascensão de Pablo Marçal nas pesquisas, o ex-presidente já era o pior cabo eleitoral de Ricardo Nunes. O atual prefeito paulistano não é bolsonarista e foi engolido na base do se não tem tu, vai tu mesmo.

As hesitações e ambiguidades preexistentes de Jair Bolsonaro se agravaram quando Pablo Marçal mostrou ser competitivo e sinalizaram a uma ampla porção de eleitores bolsonaristas que a eleição do coach não era uma má ideia, afinal de contas.

Pablo Marçal seria a recuperação do ímpeto disruptivo que animava o bolsonarismo na sua origem e poderia contar, no caso de chegar ao segundo turno, não só com o apoio explícito de Jair Bolsonaro, como também com o antipetismo que move porção significativa dos eleitores de Ricardo Nunes no segundo turno.

Só que não é bem assim que a realidade se prefigura, de acordo com todas as pesquisas. A rejeição a Pablo Marçal é imensa, ele não conta com o voto feminino e uma massa de eleitores paulistanos de centro-direita está disposta a tapar o nariz e votar em Guilherme Boulos a ver um aventureiro como Pablo Marçal na cadeira de prefeito da maior cidade do país.

Se o coach se beneficiar de votos até agora envergonhados, chegar ao segundo turno, superar a rejeição e for eleito, Jair Bolsonaro criaria um enorme problema para ele próprio. Pablo Marçal não é alguém em quem se pode confiar, tem projeto inteiramente negocial e se tornaria um concorrente do bolsonarismo ainda mais sem vergonha de ser feliz.

O governador Tarcísio de Freitas enxerga o panorama com muita clareza e, também por esse motivo, empenha-se em eleger Ricardo Nunes. O outro motivo é que Pablo Marçal seria o mais completo desastre na administração de São Paulo e acabaria prejudicando de toda forma tanto as ambições políticas do governador como as do arco inteiro da direita nacional para 2026. Pablo Marçal seria uma bênção para a esquerda de qualquer jeito.

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