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Bolsonaro escanteia Tarcísio para ser rival da direita em 2026

Para encenar a farsa da sua candidatura presidencial em 2026, Bolsonaro deixará Tarcísio, o nome mais forte da direita, fora do páreo

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Allan Santos/ PR
Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro -- Metrópoles
1 de 1 Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro -- Metrópoles - Foto: Allan Santos/ PR

Em 2026, Jair Bolsonaro será um rival da direita. Ele dá todos os sinais de que repetirá o que fez Lula em 2018. A derrota do petista naquela eleição não lhe ensinou nada. O ex-presidente não quer ninguém que lhe faça sombra na direita, assim como Lula jamais quis ser desbancado da posição de grande timoneiro da esquerda.

Jair Bolsonaro disse a Tarcísio de Freitas que será candidato a presidente. Conversa fiada de que acredita que vai recuperar a elegibilidade. É quase certo que estará em cana. Mas ele pretende encenar a farsa de ser candidato até o último momento, em setembro de 2026, quando o registro da sua candidatura será indeferido pela Justiça Eleitoral.

O ex-presidente terá conseguido, assim, a façanha de deixar Tarcísio de Freitas, o nome mais forte da direita para enfrentar Lula ou Fernando Haddad, fora do páreo.

Fiel a Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo jamais concorreria contra o seu mentor político, inclusive porque isso lhe acarretaria mais desgaste na base bolsonarista. Ele sabe, ainda, que Jair Bolsonaro é absolutamente inconfiável. Mesmo que o ex-presidente venha a afirmar que mudou de ideia e jure que não repetirá o teatro de Lula, o governador de São Paulo não correrá o enorme risco de ser deixado na chuva  no meio do caminho

Tarcísio de Freitas teria de renunciar em abril de 2026 para disputar a presidência. Como Jair Bolsonaro é boi na linha, ele concorrerá a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, que está assegurada desde que a PM paulista deixe de atirar motoboy do alto de ponte como se fosse lixo.

Com Tarcísio de Freitas, a direita se dividiria, no primeiro turno, entre ele e Ronaldo Caiado. O governador de Goiás é candidato de qualquer forma. Sem Tarcísio de Freitas, a divisão será entre um eventual substituto de última hora de Jair Bolsonaro (talvez Eduardo Bolsonaro), Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior.

A vitória de um Eduardo Bolsonaro no primeiro turno implicará a vitória de Lula ou de um preposto seu no segundo. Será só uma reprise ainda melhor para o PT da polarização a que se assistiu em 2022.

No caso de Ronaldo Caiado e de Ratinho Júnior, a avaliação ouvida por mim  é que o governador de Goiás teria mais dificuldade para tirar votos do PT no Nordeste do que o governador do Paraná. Ratinho Júnior tem um nome de enorme penetração popular entre os nordestinos, graças ao pai apresentador — e o pai apresentador está comprando uma série de emissoras de rádio na região, que trabalharão pela candidatura do seu filho.

Para poder vencer Lula ou Fernando Haddad no segundo turno, contudo, tanto um como o outro terá de ultrapassar também os obstáculos que Jair Bolsonaro lhes colocará no primeiro, sem a garantia de contar, de fato, com o apoio do ex-presidente na etapa decisiva.

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