A mentira sobre móveis furtados pelos Bolsonaro ficará sem desculpa?
O casal Bolsonaro foi acusado pelo casal Lula de ter furtado 261 móveis do Alvorada. Fake news. Os acusadores deveriam pedir desculpa
atualizado
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É outra mostra do vale-tudo que se tornou a política brasileira. No início de 2023, Lula e Janja acusaram os Bolsonaro de terem levado embora do Palácio do Alvorada até a cama de casal presidencial.
Os predecessores teriam sumido também com um sofá e dezenas de itens do mobiliário que pertence ao patrimônio público, no total de 261 peças, além de terem deixado a morada presidencial sem a devida conservação.
Para mostrar a apropriação indébita e o descaso dos Bolsonaro, Janja chamou a GloboNews para fazer um tour pelo Palácio da Alvorada. Logo depois, realizou-se a compra de móveis de luxo, que custaram quase 200 mil reais aos pagadores de impostos. A aquisição ocorreu sem licitação, alegando-se caráter emergencial. Na sequência, o número de itens desaparecidos caiu de 261 para 83.
Agora, verifica-se que os Bolsonaro não furtaram nada. Todos os 261 bens que supostamente haviam sumido estavam guardados no próprio Palácio da Alvorada, nas suas “diversas dependências”.
Para tentar atenuar a fake news que perduraria não fosse a imprensa ir atrás, o governo divulgou uma nota para dizer que “os trabalhos foram finalizados somente em setembro do ano passado, quando todos os bens foram encontrados em dependências diversas da residência oficial. Ou seja, houve um descaso com onde estavam esses móveis, sendo necessário um esforço para localizá-los todos novamente”.
Francamente, a incapacidade de os petistas reconhecerem que erraram — seja no cometimento de crimes, seja em denúncias mentirosas como essa do furto dos móveis — chega a ser patológica.
Fazem estardalhaço com o suposto furto dos móveis — porque se trataria de furto — e, quando a história se revela falsa, ainda soltam um comunicado tentando encontrar uma justificativa para o injustificável.
O correto teria sido Lula pedir desculpa. Mesmo com todos os crimes que lhe são atribuídos, Jair Bolsonaro não pode ser acusado de ter cometido uma falta que não cometeu. Mas, para além da crônica incapacidade petista de reconhecer erros, estamos no terreno do vale-tudo, repita-se.
Os repórteres Renato Machado e Marianna Holanda, que revelaram que os móveis não sumiram coisa nenhuma, foram ouvir Michelle Bolsonaro.
Por meio de nota, ela disse: “Durante muito tempo esse governo quis atribuir a nós o desaparecimento de móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa gestão. Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam uma cortina de fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o dinheiro do povo para comprar móveis novos por puro capricho”.
Fica difícil não concordar com Michelle Bolsonaro, se o outro lado não se desculpa.
PS: assim como fez o seu predecessor, o governo Lula impôs sigilo de 100 anos a mais de 1.300 pedidos de informação. A transparência petista é de uma opacidade admirável.