A educação brasileira é máquina de lavar cérebros criada pela esquerda
Ninguém jamais tomará a educação da esquerda. O dado positivo é que, como toda máquina brasileira, ela funciona mal. A maioria sai incólume
atualizado
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Falemos rapidamente de educação. A grita é grande por causa de outra prova do Enem que vilaniza o capitalismo, mais especificamente o agronegócio. Li as questões que tratam do assunto com aquela visão independente e imparcial do professorado brasileiro. A indigência do português me incomoda mais do que a ideológica.
Assisti, aliás, a uma defesa curiosa da prova do Enem. O sujeito disse na TV que ninguém queria doutrinar, apenas verificar a capacidade do estudante de interpretar os textos escolhidos, sem que isso implicasse a necessidade de concordância ou não com o ponto de vista do autor. Perguntinha: por que, então, o professorado independente e imparcial que elaborou a prova não incluiu textos de autores que defendem o agronegócio?
Se o português dos textos ideológicos ao menos fosse bom, eu não ficaria incomodado (não que esteja muito, para ser sincero). Sou um resignado já faz tempo, acho até que nasci resignado e só me esforcei durante anos para não expressar a minha resignação. Explico: a educação brasileira é uma máquina de lavar cérebros criada e mantida pela esquerda. É o seu meio de produção e reprodução. Ninguém jamais a tomará dela, esqueça. O dado positivo é que, como toda máquina brasileira, a coisa funciona mal. A maioria dos estudantes consegue sair incólume do processo e a pequena parte que tem o cérebro lavado pela ideologia vira professor, o que garante apenas a sobrevivência da máquina defeituosa, ou jornalista, uma profissão às voltas com a sua crescente desimportância. Alguns se tornam juízes do trabalho, o que é um pouco problemático, reconheço.
O primado da esquerda nas escolas é mais preocupante onde existe educação de verdade. Veja-se o que ocorre nas universidades americanas e europeias. A esquerda transformou instituições de excelência em ninhos de marxistas perdidos no espaço-tempo, imbecis do politicamente correto e antissemitas. Como tais instituições costumam abastecer a elite intelectual que comanda esses países, ao contrário do que acontece no Brasil, onde inexiste elite intelectual, somente econômica, composta no mais das vezes por ricos ignorantes trocados a cada trinta anos, as perspectivas são ruins para o capitalismo e a democracia que os forjaram.
Você entendeu bem, se a sua capacidade interpretativa não foi inteiramente prejudicada pelo professorado brasileiro: estou mais preocupado com Harvard e a London School of Economics do que com a USP ou qualquer outra instituição de ensino nacional, embora jamais pudesse pagar para os meus filhos a anuidade de uma faculdade americana ou europeia. Deve ser porque tenho mente colonizada, fazer o quê?
Deixem o Enem, os vestibulares, as faculdades, o ensino médio e o que mais for para a esquerda. É dela, serve a ela, à sua realidade paralela. O Brasil aprendeu a andar para a frente sem contar com uma educação que foi irremediavelmente perdida no atacado, mas que ainda conserva alguns desvãos, se não de excelência, de boa qualidade. É a nossa medida do possível.
PS: os petistas já decretaram que críticos da reforma tributária são inimigos do Brasil. Os inimigos do Brasil, veja só, não querem que os brasileiros paguem o IVA mais alto do mundo.