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Web Summit Rio se encerra com recorde de participação

Saiba as tendências, o que bombou, o que funcionou e o que esperar para 2024 do maior evento de tecnologia do mundo, pela primeira vez no BR

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Fabrício Vitorino/Metrópoles
Foto colorida do último dia de Web Summit Rio - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do último dia de Web Summit Rio - Metrópoles - Foto: Fabrício Vitorino/Metrópoles

O primeiro Web Summit Rio chega ao fim com números impressionantes. E fez com que, durante uma semana, a Cidade Maravilhosa se tornasse a capital mundial da inovação. Afinal, foram mais de 21 mil participantes, de 91 países – um recorde para o Web Summit -, com 974 startups de 28 países buscando um lugar ao sol.

Um recorte importante é a presença massiva de mulheres. Na primeira edição brasileira, elas representaram 40% do público, 37% dos palestrantes e cerca de 20% das fundadoras de startups. 

E os números ficam ainda mais impactantes, se colocados em perspectiva com as expectativas iniciais dos líderes do Web Summit. O plano original era receber cerca de 5 mil empreendedores. A previsão foi corrida para 10 mil, em seguida para 15 mil e acabou ultrapassando 20 mil, com ingressos esgotados quatro semanas antes do dia 1 de maio, quando o evento teve início.

“O Brasil é um dos principais atores mundiais, e o mundo tech veio ao Rio para conferir o que acontece no Brasil e na América Latina. E ter tamanha presença internacional no primeiro ano é algo extraordinário. Mal podemos esperar para ver como podemos crescer nos próximos três anos, e daí em diante”, disse Paddy Cosgrave, fundador e CEO do Web Summit.

E, de fato, o Web Summit já tem desenhada uma longa relação com o Rio de Janeiro, afinal, o contrato é de seis edições, podendo, claro, ser renovado. Para a edição de 2024, o prefeito Eduardo Paes tem planos ambiciosos. Ele quer dobrar o tamanho do Web Summit Rio – ou seja, buscar superar os 40 mil visitantes.

“O Web Summit não termina hoje. Não apenas pelas outras cinco edições, mas porque ele cria o ambiente propício para o mais importante: o dia seguinte. Estamos criando condições para o exercício que entendemos como natural no Rio”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que, durante o evento, chegou a comentar que quer ver 80 mil participantes em 2025.

E, a seguir nesse ritmo, já não parece impossível superar a edição “atual”, que acontece em Lisboa, Portugal, e atraiu 71 mil participantes de 160 países em 2022. Vale lembrar que o Summit começou em 2009, em Dublin, na Irlanda, se mudou para Lisboa em 2016 e, em 2024, terá também uma versão no Catar.

Startup vencedora do Pitch é brasileira

A Jade Autism, com a proposta de oferecer suporte a crianças e adolescentes com autismo, foi a grande vencedora do concurso Pitch, promovido pelo Web Summit Rio. A solução vencedora permite que escolas e professores ofereçam uma abordagem individualizada para cada aluno.

Nesta edição, foram 974 startups expositoras e 42 foram selecionadas para o concurso. Na final, eram três os concorrentes na disputa vencida pela Jade.

“Não ganhamos prêmio, mas um troféu. Muita gente está prestando atenção naqueles que estão no Pitch. Na véspera da final, eu fiquei até 1 da manhã respondendo mensagens no LinkedIn e meu time de Instagram ficou louco com tanta gente nos marcando”, disse Ronaldo Cohin, fundador da Jade Austism.

Web Summit “RIA”: inteligência artificial vira tema obrigatório

No futebol, dizemos que o Brasil tem 210 milhões de técnicos. No Web Summit, a piada era que nos pavilhões do Rio Centro estava a maior concentração de especialistas em inteligência artificial do planeta: 21 mil pessoas – o número de participantes divulgado pela organização. Em qualquer conversa, a IA surgia, seja para resolver as filas dos food trucks, seja para limpar os oceanos, seja para tomar nossos empregos, resolver a fome no mundo ou destruir a humanidade.

Brincadeiras à parte, o tema mais quente do momento não deixou brechas para ondas anteriores, como crypto, metaverso, big data, e-sports, cloud ou as subdivisões do mundo “startupeiro”. A grande conclusão do Web Summit Rio, porém, é de que ainda não há consenso sobre como lidar com a inteligência artificial. Se ela será benéfica ou maléfica, como regular e, sobretudo, como utilizar de forma racional. E, no fim das contas, o Summit serviu para lembrar a alguns dos 21 mil especialistas em IA que, bom, ela está aí há muitos anos, operando nossas Netflixes e Amazons da vida.

As subdivisões do mundo startupeiro são infinitas

Encontrar uma “dor”, traçar um plano de negócio e empreender nos deram um universo incrível de novos nichos. As HR techs (de recursos humanos), Fintechs (de finanças), Logtechs (logística), greentech (ecologia) foram o começo. Hoje, ao descobrir uma dor, quem empreende pode estar entrando num ‘oceano profundo’, um mercado ainda inexplorado.

E criando uma nova tech – como a ‘end-of-life tech’ Quando Eu Partir, que foi matéria aqui na coluna. Muitas vezes, durante uma conversa com um fundador ou com um desenvolvedor, ouvimos novos termos e precisamos perguntar exatamente o que é. No Web Summit, um passeio pelos estandes de startups oferecia um raio-x de um mercado pujante, criativo e esforçado.

Por outro lado, era muito comum ouvir de investidores como se tornou difícil decidir para quem dar os cheques. Cada um tem um objetivo, um número na cabeça, um nicho e busca startups específicas, com determinado grau de maturidade, que se encaixam na sua porcentagem de investimento em relação ao “valuation”.

Em algumas dezenas de conversa, era muito comum ouvir “tenho x milhões, mas está difícil encontrar um produto que dê fit”.

Women in tech determinam o começo do fim dos “tech bros”

Um dogma do mundo das startups e big techs é o domínio dos homens. Mas, no Web Summit Rio, o que se viu foi uma demonstração de força das mulheres. Tanto nos estandes de startups quanto nos dos grandes patrocinadores, nos palcos, nos corredores, na organização do evento, o que se viu foi algo muito próximo do 50-50. Eram poucas as startups sem mulheres no time – e muitas com fundadoras.

O Clube do Bolinha da tecnologia está com os dias contados. E que os próximos movimentos sejam pelos espaços de gênero e raça.

Problemas? Sim. Como em todo evento desse tamanho

Filas, calor, som, internet ou sinal de celular, dificuldade para comer, sair ou chegar no evento e até mesmo idiomas. Sim, foram muitos os problemas – mas nenhum relevante ou que fosse novidade em eventos com dezenas de milhares de pessoas aglomeradas, ao mesmo tempo, no mesmo lugar.

CES, MWC, RSA, SXSW… Todos os grandes eventos do planeta sofrem de algum dos tópicos acima – em maior ou menor grau.

Como pontos positivos, o Web Summit deu uma lição de experiência. O aplicativo é completo, fácil, permite navegação, organização, interação e consumo de conteúdo como nenhum outro.

A disposição dos estandes, os palcos, o palco central, as áreas para imprensa, palestrantes, tudo completamente funcional, confortável e agradável.

E a curadoria do Summit foi menção honrosa. Grandes nomes, excelentes debates, muito aprendizado e muito, muito networking. Tudo tocado com maestria e muita simpatia por toda a organização.

A organização já avisou que, em 2024, irá abraçar o português como idioma possível, e oferecer tradução simultânea. As filas são inevitáveis, mas mesmo neste ano o Web Summit mexeu nos horários do credenciamento e debelou uma crise maior.

O deslocamento está como principal questão para o prefeito Eduardo Paes – assim como a oferta de hospedagem, considerada ruim por muitos. O som e a acústica nos pavilhões (nos palcos muitas vezes fizemos leitura labial com entrevistados) vão ser objeto de uma grande lavagem de roupa suja, e uma possibilidade é cortar o som geral durante as palestras.

Agora, para o calor fora dos pavilhões, não vai ter remédio. Podem perguntar para o ChatGPT: o Rio de Janeiro é a “cidade 40 graus” e isso é mais complicado de mudar. A não ser que apareça uma startup para isso…

Metrópoles na Web Summit

Durante toda a semana do dia 1º de maio, o jornalista Fabrício Vitorino acompanhou tudo o que rolou no maior evento de tecnologia do mundo, pela primeira vez no Brasil.

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