Web Summit começa com expectativa de 20 mil pessoas
Serão quatro dias de painéis nacionais e internacionais com os maiores nomes da nova economia, inovação e tecnologia pela primeira vez no BR
atualizado
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O Web Summit Rio está on!
Um dos maiores festivais de inovação, tecnologia e empreendedorismo do planeta inaugurou, nesta segunda-feira, 1 de maio, sua versão brasileira, no Riocentro, zona oeste da capital fluminense.
A sessão de abertura contou com nomes como Ayo Tometi, cofundadora do “Black Lives Matter”, Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, Luciano Huck e Maju Coutinho, da TV Globo e Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
E o Web Summit Rio já começa com números impressionantes: são esperadas mais de 20 mil pessoas, de cerca de 100 países, nos quatro dias de evento.
No total, são mais de 300 palestrantes, conectados com representantes de mais de 900 startups. Tudo isso, segundo a organização, fez com que os ingressos esgotassem semanas antes do início do evento.
E, na abertura, clima de estádio de futebol, com arquibancadas cheias, cantos de torcida e até uma “ola” – a onda feita pelo público que ia de lado a lado do salão principal, mantendo todos concentrados enquanto os principais nomes ainda não subiam ao palco.
Filas e falhas no som contornadas com leveza carioca
Com números dessa grandeza, é de se esperar que o primeiro Web Summit Rio tivesse pontos a serem melhorados.
O primeiro, sem dúvida, foi o fator “fila”. Tanto para o credenciamento quanto para entrar no auditório principal, onde aconteceria o único evento do dia, foi preciso ter paciência.
Se para pegar o crachá bastavam alguns (muitos) minutos, para entrar no plenário foi preciso (também muita) paciência. Foram horas e horas de pé até que as portas, enfim, fossem abertas, mas com muito atraso. Ainda assim, uma multidão se aglomerou na entrada principal do Summit – sem conseguir entrar, visto que o credenciamento parou por algumas horas.
Se todo o Riocentro estava impecavelmente montado, muito bem sinalizado e com dezenas de opções de alimentação (e muitos banheiros), a infraestrutura acabou não resistindo a tanta gente concentrada no mesmo espaço ao mesmo tempo.
Tanto a internet do evento quanto as redes das principais operadoras de celular ficaram muito tempo indisponíveis. E, no palco, os palestrantes enfrentaram muitas falhas no sistema de som.
Mas tudo isso foi contornado com muita conversa por parte dos voluntários, que se esforçavam para resolver todos os problemas, e por bom humor de quem estava no palco. Os palestrantes compartilhavam microfones, se ajudavam e, por vezes, faziam piadas com a situação, ajudando a quebrar a tensão da estreia.
Eduardo Paes celebra “nova era” para o Rio de Janeiro
Antes das estrelas da noite, o Web Summit promoveu o “Breakout startups” – que trouxe algumas das iniciativas com grandes perspectivas de se tornar o próximo “unicórnio”. Fintech Zippi, a B2B Dinie, a RHTech Multiplier, a healthtech Oya Care e a aposta de IA Humanizing Autonomy.
Para iniciar os serviços, o CEO e fundador do Web Summit, Paddy Cosgrave, subiu ao palco para declarar, oficialmente, a abertura do evento.
Cosgrave aproveitou para propor a tradicional interação entre o público: apresentar-se para três pessoas que estivessem por perto. E o “networking” estimulado mobilizou a plateia – e, para muitos, é apenas o início de 4 dias de apresentações, troca de ideias e, com alguma sorte, negócios fechados.
Na sequência, o prefeito do Rio de Janeiro subiu ao palco, ainda sem acreditar que, após muitos anos de negociações e uma disputa acirrada, a capital fluminense finalmente estava presenciando um evento como o Web Summit.
Alternando momentos de ufanismo – quando se vangloriava do “jeito carioca” e de “como é fácil governar uma cidade como o Rio”, Paes explicou que o evento está no centro de uma estratégia maior: colocar o Rio, definitivamente, no mapa do turismo mundial.
Afinal, o Summit traz turistas, que trazem receita e com uma visibilidade de grandes proporções.
O prefeito lembrou ainda que o Web Summit tem seis edições garantidas no Rio de Janeiro.
“Não estou abrindo só um evento. Mas uma nova era para o Rio de Janeiro”
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro
Ayo Tometi, Luciano Huck e David Vélez, do Nubank
Na sequência, a ativista Ayo Tometi conversou com a jornalista Maju Coutinho. Tometi, de família nigeriana, é uma das cofundadoras do movimento “Black Lives Matter”, que denuncia a violência policial contra a população negra.
Na conversa, Tometi lembrou o impacto do racismo estrutural nas empresas de tecnologia – que têm algoritmos orientados a privilegiar uma visão europeia da sociedade, e tendem a esconder aspectos relevantes da população negra.
Depois, o apresentador Luciano Huck subiu ao palco para lembrar da importância de se preservar a Amazônia.
Antes de começar, Huck pediu desculpas por ter de fazer a apresentação em inglês – e brincou, lembrando que faltou às aulas do idioma e que seus filhos pegariam no seu pé pelo sotaque.
Falando em tom sério, ele ainda lembrou que, em todo o mundo, lideranças de tecnologia estão pedindo para que as empresas desacelerem o desenvolvimento da inteligência artificial. Tudo em nome de um crescimento controlado, estruturado e, sobretudo, seguro da nova tecnologia.
O empresário e apresentador chamou ao palco a ativista pela Amazônia Txai Surui, que lembrou a importância de falar de um tema como a Amazônia num evento de inovação e tecnologia do porte do Web Summit.
“Estamos vivendo uma crise e estamos com o povo indígena na linha de frente. Estamos protegendo 82% de toda a biodiversidade”, explicou a ativista.
Surui lembrou ainda que os povos nativos estão travando essa luta usando a tecnologia – e citou parcerias com empresas como Google, que, segundo ela, podem criar um cenário onde a tecnologia se torne a grande arma na luta pela preservação do meio ambiente.
Para fechar a rodada de conversas, David Vélez, CEO da Nubank, subiu ao palco do WebSummit Rio já com uma frase de efeito: “o sucesso é inimigo da inovação”.
Vélez fez conexões entre a história da tecnologia e seu impacto na natureza – e engrossou o coro dos que pedem que as “big techs” reduzam o ritmo do desenvolvimento da inteligência artificial.
Chuva de papel picado e convite ao networking
Já na reta final, foram chamados ao palco representantes de dezenas de países, mostrando toda a diversidade do evento.
Do Equador à Ucrânia – cujo membro do “time nacional” foi aplaudido pela plateia, numa reverência à luta contra a invasão russa -, todos puderam mostrar seu orgulho no palco principal do Summit.
Ao final das conversas, que marcaram a cerimônia de abertura, Paddy Cosgrave voltou ao palco para chamar, também mais uma vez, Eduardo Paes.
Ambos foram saudados por uma chuva de papel picado e declararam, pela última vez, que o Web Summit Rio é uma realidade. Agora, é hora de conferir a programação e partir para o networking, tendo como pano de fundo a Cidade Maravilhosa.
Metrópoles na Web Summit
A cobertura pode ser acompanhada na M Buzz e também nas redes sociais do portal. A geração dos conteúdos terá a produção do jornalista Fabricio Vitorino.
Entre os nomes de peso confirmados estão:
- David Vélez, fundador e CEO da Nubank
- Edith Yeung, Early-stage venture investor da Race Capital
- Luciano Huck, apresentador da Rede Globo
- Mada Seghete, VP de marketing da Branch
- Roger Laughlin, fundador & Brazil CEO da Kavak
- Catherine Powell, Global Head of Hosting do Airbnb
- KondZilla
- Ayọ Tometi, cofundador do Black Lives Matter
- Fernando Machado, CMO da NotCo
Todos os palestrantes podem ser conferidos neste link.
Quando: entre esta segunda-feira (1º/5) e quinta-feira (4/5).