Influencer com Down fala sobre desafios: “representatividade importa”
Aos 25 anos, Vitória Mesquita conta como inspira o dia a dia dos mais de 130 mil seguidores que a acompanham no Instagram
atualizado
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Foi durante a pandemia da Covid-19 que Vitória Mesquita, de 25 anos, decidiu ser influenciadora digital. Desde então começou a gravar vídeos divertidos para as redes sociais e publicá-los na página dela.
Vitória é uma jovem com Down e, em 2021, fez o Google mudar a definição do termo “Síndrome de Down” por meio da campanha #atualizagoogle. À época, a condição genética era descrita como doença. Logo depois da mobilização da influenciadora, a gigante de tecnologia mudou a definição para: “Condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos, em vez de dois. Por isso, também é conhecida como Trissomia do cromossomo 21.”
Atualmente, Vitória Mesquita tem mais de 140 mil seguidores no Instagram e é autora do livro “Atualiza SD”, além de podcaster com conteúdos gravados a cada 15 dias. Ela ama gravar episódios do podcast e está adorando se descobrir no mundo da moda agora.
Em entrevista à série de publicações que o Metrópoles está produzindo com influencers, Vitória conta um pouco da trajetória dela como influenciadora digital.
De onde vem inspiração para produzir conteúdos?
Normalmente vem das minhas vivências, de coisas que acontecem comigo e com meus amigos, além de filmes que gosto e músicas.
Por meio da sua mobilização, o Google mudou a definição de Síndrome de Down. O que esse feito representou para você?
Essa iniciativa representou a força que nós temos de fazer a diferença, principalmente com as redes sociais. Sinto que foi um legado que vai ajudar muita gente e também algo que abriu muitas portas na minha vida.
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Quais as fases para a gravação de conteúdos. Você costuma fazer um pré-roteiro? Como é essa organização?
Normalmente, sim. A ideia surge e fazemos um roteiro como base. Mas, tem muita coisa que é espontânea como as que ocorrem no dia a dia. Assim, nós transformamos em vídeo as ideias que surgem e gravamos na hora.
Qual foi seu primeiro trabalho como influenciadora e como foi a experiência?
Foi com o Sabin (um dos maiores players no setor de medicina diagnóstica do país). Lembro que foi excelente, pois é uma marca que me identifico bastante por ser de Brasília, por falar de saúde e por ser feita por mulheres.
Qual foi o principal desafio que já enfrentou até agora na carreira de influenciadora?
Acho que o mais difícil é lidar com comentários maldosos, com preconceito e capacitismo.
Além disso, gostaria que houvesse mais oportunidades para pessoas com deficiência, muito além das datas comemorativas. Mas, uso isso pra me dar força e continuar mostrando que sou capaz.
Qual sonho você ainda não realizou, mas gostaria de realizar?
Meu sonho como influenciadora é virar embaixadora de alguma marca que eu goste bastante.
Qual a importância da representatividade para pessoas que têm essa condição genética?
É algo que muda vidas, nos faz sonhar, querer trabalhar, nos esforçar porque sabemos que é possível chegar onde quisermos.
Como você avalia seu sucesso nas redes sociais?
Estou muito feliz com que já realizei e as pessoas que já ajudei por meio do meu trabalho. Mas quero alcançar mais, viajar, conhecer mais pessoas e lugares e poder ser independente financeiramente.