Varejo: Humanização é um dos principais tons das mudanças no setor
O consumidor cobra cada vez mais clareza de posicionamento e de propósito das marcas, afirma a especialista Camila Salek
atualizado
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O consumidor está cada vez mais voltado para um consumo consciente e o varejo precisa estar alinhado a isso, mesmo os pequenos e médios lojistas. O mundo vive um momento de grandes transformações e o varejo não só acompanha, como potencializa essas mudanças.
O hábito do consumo sustentável está intimamente relacionado a todas as nossas atividades, que inclui o nosso estilo de vida e os nossos aprendizados, e vai além do meio ambiente. São mudanças no âmbito social, cultural e econômico.
Sai na frente hoje quem expõe seu tom de voz, valores e diferenciais emocionais e funcionais, que se mostra preocupado com o bolso do consumidor e apresenta ofertas pautadas em sustentabilidade, saúde e bem-estar.
A visão da sustentabilidade ganhou bastante força no sentido de reduzir, otimizar e reutilizar, com o desenvolvimento de soluções mais duradouras e flexíveis, favorecendo a extrema consciência do que realmente precisamos e aquilo que se adequa a um novo estilo de vida mais dinâmico, integrado e prático.
As marcas estão começando a entender e expressar sua posição na sociedade, e não somente investir na compra e venda de produtos ou serviços. O papel delas como impulsionadoras das novas gerações na educação e conscientização da sociedade passou a ser questionado pelos consumidores.
Mas atenção! Ao levantar bandeiras de causas, é preciso estar verdadeiramente envolvido e pronto para responder aos questionamentos.
Com um consumidor que cobra cada vez mais clareza de posicionamento e propósito das marcas com as quais se relaciona, toda ativação, inclusive comercial, deve carregar uma mensagem capaz de gerar identificação, envolvimento e engajamento.
É hora de focar na manutenção dos resultados da relação transacional – comprar e receber os produtos – e evoluir a construção de uma melhor experiência de compra para diferentes momentos da jornada de consumo.
Hoje ainda vivemos a realidade de que o varejo entrou no piloto automático, implementando inúmeras inovações do dia para a noite, guiado pela cobrança rápida por respostas, que gerou ansiedade e provocou uma força de ação, mas tirou o hábito humano de refletir, questionar e fazer perguntas. Por isso, a necessidade de humanização das marcas e das relações que constrói, nunca foi tão urgente.
O dinheiro não é a única moeda. A habilidade de conectar pessoas umas com as outras e com experiências também passa a ter valor na corrida que estou chamando de renascimento do varejo. E, nesse sentido, enxergar o consumidor com empatia é um dos primeiros passos para praticar o soft sell e evitar enfiar goela abaixo produtos e serviços que ele não está precisando naquele momento. Entender suas necessidades e demandas são grandes pontos altos dessa relação que também exige criatividade e inovação.
Camila Salek é especialista em varejo, relações de consumo, palestrante e fundadora da Vimer Retail Experience.