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Uma nova educação surgindo no Metaverso

Fernando Godoy, CEO da Flex Interativa, aborda como a chance de aproximar ainda mais mundo físico e digital traz novas possibilidades

atualizado

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Vinicius “amnx” Amano/Unsplash
Óculos de VR
1 de 1 Óculos de VR - Foto: Vinicius “amnx” Amano/Unsplash

A Web3 desponta como um renascimento da internet. Se voltarmos no tempo, o primeiro ciclo era descentralizado, com páginas estáticas criadas e seus hiperlinks. Depois, na Web 2.0, as gigantes Google e Facebook centralizaram, por meio de seus aplicativos, o que os usuários poderiam ver e fazer. Agora, mediante ao Metaverso e a Web3, a descentralização está de volta, dando poder aos usuários para gerar e transacionar criptomoedas, NFTs, jogar, socializar e comprar tudo o que for oferecido por outros avatares dentro do Metaverso.

Sim, o Metaverso permite tudo isso e o que mais a sua imaginação for capaz de empreender. Sendo uma das palavras mais pesquisadas nos últimos meses, chegando até mesmo a superar a pesquisa por “Covid” em alguns momentos.

Uma das principais perguntas que surgem entre inúmeras discussões sobre o que vem pela frente é: como o Metaverso pode trazer avanços concretos no sistema educacional? Para os que pensam que Metaverso está relacionado apenas ao mundo dos gamers, é o momento de pensarmos em novas possibilidades e os impactos positivos no processo de aprendizagem.

Com a proposta de aproximar cada vez mais o mundo físico e digital – por meio de inúmeras tecnologias e recursos como a realidade aumentada, virtual, ambientes 3D, avatares e inteligência artificial -, o Metaverso possibilita a criação de novos espaços com experiências únicas para as pessoas, que são representadas pelos seus avatares ou hologramas, caso possua um óculos de realidade virtual.

Esse é o momento da educação se beneficiar desse movimento, que durante anos enxergava a realidade virtual como um dos grandes pilares dessa revolução. Durante anos, escutei em feiras de inovação nos Estados Unidos e na Europa que aquele era o ano da explosão da realidade virtual. Em 2019, os óculos de realidade virtual começaram a ficar com valores mais acessíveis e maior qualidade. Já em 2020, que seria o ano definitivo dessa tecnologia, a pandemia interrompeu o avanço da solução.

Mas e agora, em 2022, como poderíamos melhorar a educação por meio de uma experiência no Metaverso? Vamos a um exemplo prático.

Imagine um professor de história, com um vasto conhecimento adquirido em livros, viagens e painéis de discussão com os seus colegas, tendo a chance de criar uma experiência para o seu aluno no Metaverso. Ao contrário de contar um acontecimento histórico aos seus alunos dentro da sala de aula ou por meio de uma ferramenta de videoconferência, o professor proporciona uma aula imersiva no Metaverso.

Nele, é possível que o aluno, representado pelo seu avatar, caminhe pelo cenário, converse com robôs representando pessoas da época, analise de perto esculturas em formato 3D, discuta o que está aprendendo em tempo real com os seus colegas e participe de atividades gamificadas geradas pelo professor.

Imagine vencer uma competição entre equipes nesse metaverso, descobrir pistas, encontrando “easter eggs”, resolver enigmas e ganhar uma viagem ao Egito, proporcionado por uma agência de viagens que teve a sua marca estampada por alguns totens dentro do ambiente virtual. Ou mesmo em uma aula sobre a Segunda Guerra Mundial, você poderá em conjunto com Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, tomar decisões estratégicas dentro da sala de guerra e verificar as consequências delas.

Imagine que a próxima aula será sobre o Império Romano e gostaria de vestir o meu avatar com roupas da época e não entrar com minha bermuda e uma camiseta básica. Posso entrar 15 minutos antes da aula, que ocorrerá no Metaverso, e comprar um Elmo ou até uma biga na lojinha do Chris (não temos a mínima ideia de quem é e onde ele reside, mas os disponibilizou dentro de um marketplace) ou negociar uma típica sandália romana com outro avatar que resolveu colocá-la à venda.

Calma que não paramos por aqui. Lembrei que preciso comprar uma mala, pois ganhei uma viagem como prêmio. Que tal entrar num stand 3D, ver todos os tipos disponíveis – afinal espaço não é um problema no Metaverso -, ser atendido por um vendedor para tirar dúvidas e pagar com uma das minhas criptomoedas disponíveis?

Resumindo, vivenciei uma aula sobre história, participando ativamente, descobrindo conteúdos lúdicos, tomando decisões, trocando ideias com outros avatares e participando de inúmeras atividades gamificadas, fiz uma pequena compra e ainda ganhei prêmios.

O que importa foi a experiência que tive e como isso aumentou a minha capacidade de absorção do conhecimento, infinitamente superior a uma aula pelo Zoom, onde eu desligo a minha câmera e vou olhar o Instagram enquanto o professor fala. Essa é a dura realidade das salas de aula dos últimos dois anos.

Isso não significa que não existirão mais escolas presenciais, pois o modelo híbrido deve prevalecer. A proposta aqui é manter o ambiente presencial, mas as aulas que forem necessárias no on-line serão elevadas a outro patamar por meio da tecnologia e não simplesmente um quebra-galho. As escolas que saírem na frente oferecendo novas experiências aos seus alunos beberão a água mais limpa.

Além das escolas, movimentos descentralizados podem transformar qualquer especialista num determinado assunto em uma nova e incrível opção de aprendizado se souber aproveitar e utilizar as ferramentas disponíveis do Metaverso. Precisamos de pessoas com iniciativas que queiram sair do campo da discussão e que entrem definitivamente no campo da imersão. Agora é o momento. Nos vemos do outro lado.

Fernando Godoy é CEO da Flex Interativa.

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