Twitter sem Elon Musk: qual o futuro da rede social?
De acordo com experts, o Twitter nunca conseguiu se estabelecer e os boatos sobre assinantes fantasmas são sinônimo de desgaste ainda maior
atualizado
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Quando foi anunciada a intenção de compra do Twitter por US$ 44 bilhões em abril deste ano, Elon Musk, o homem mais rico do planeta, causou furor e inquietação no mundo das redes digitais e no mercado de ações.
Na época, cada ação da empresa sediada em São Francisco, há mais de 15 anos, valia cerca de US$ 39 (abril), data em que Musk anunciou a compra. De lá para cá, o valor das ações começaram a cair, o que acendeu o sinal amarelo para o dono da Spacex e da Tesla.
Junto com a oscilação do valor das ações, o Twitter congelou contratações e demitiu pessoas-chave para o sucesso e continuidade do microblog.
Acrescente a isso a alegação de Musk para o que julga ser uma “ocultação de informações”, referindo-se à quantidade real de bots de contas dentro do Twitter, o que, segundo ele, fere cláusulas contratuais. Ainda, segundo Musk, as informações são essenciais para “o desempenho comercial e financeiro” do Twitter.
Segundo informações veiculadas, o Twitter alegou possuir 5% de contas fantasma, mas este número pode chegar a mais de 20%.
De acordo com sua assessoria, Musk enxerga dificuldades para concretizar o negócio, uma vez que a plataforma se recusa a fornecer relatórios consistentes com estes dados e informações concretas sobre a situação da empresa desde o início das negociações.
Na oferta de compra, Elon Musk superfaturou o valor de cada ação, subindo de US$ 39 para US$ 54,20 o valor individual por ação. Do ponto de vista de investidores, foi um verdadeiro frisson em Wall Street.
Muitos viram nessa ação uma artimanha para desbancar possíveis interessados e reinar absoluto como o acionista majoritário e novo proprietário.
De acordo com especialistas da área, o empresário pode ter feito uma jogada inteligente para fornecer lastro para ações de suas próprias empresas e continuar a usufruir de créditos bancários bilionários.
Ao desistir da compra, porém, ele pode ter que encarar uma multa contratual de US$ 1 bilhão, da qual o Twitter não parece disposto a abrir mão, sugerindo que os motivos apresentados por Musk não passam de manobra para desistir da compra sem pagar a penalidade.
O primeiro impacto nas ações veio quando o jornal americano The Washington Post anunciou a desistência da compra, fazendo as ações despencarem de cara 6,7% até o fechamento do pregão, quando atingiram US$ 36,81 – 47% abaixo do valor ofertado por Musk em abril, e mantendo-se estáveis, com pequenas oscilações desde então.
O Twitter pode estar com seus dias contatos se essa situação se concretizar, o que vai depender de uma longa batalha judicial, onde nosso “empresário unicórnio” não tem medo de perder.
Sem capital entrando na empresa para sua modernização, a tendência é que o Twitter fique fora da corrida pelas trocas de vídeos, modalidade em que Instagram e TikTok vêm se desdobrando para atingir a primeira posição.
Criado como um Microblog de troca de mensagens curtas e rápidas, certamente ficará para trás. O Twitter, segundo alguns especialistas, nunca conseguiu se estabelecer de forma assertiva e os boatos sobre assinantes fantasmas colocam a empresa em um patamar de risco ainda maior.
Seu segundo problema será competir e se encaixar na nova realidade do 5G, pois as mensagens poderão ser trocadas em plataformas dentro do próprio Metaverso.
Se o Twitter não conseguir reverter este desgaste e se reinventar, criando novas formas de destaque e novos modelos de negócios, será muito difícil sobreviver a essa avalanche.
Rejaine Toigo é social media e fundadora da Like Marketing.