Tráfego pago ou orgânico? Qual é o melhor para o negócio?
Especialistas explicam benefícios e riscos das duas opções para atrair novos clientes
atualizado
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Alavancar os negócios e obter bons resultados são os objetivos de todo empreendedor. Entretanto, diante do leque de possibilidades que a internet oferece, como as redes sociais, é preciso ter em mente propósitos certeiros para saber quais estratégias utilizar para atingir o público-alvo. Diante de tantas alternativas, duas delas se destacam no meio: o tráfego pago e o tráfego orgânico.
Para entender o funcionamento e os riscos que rondam cada um, o Metrópoles entrevistou um time de especialistas no assunto.
De acordo com Camila Silveira, especialista em vendas nas redes sociais, as duas opções podem ser altamente representativas dentro de uma construção sólida de planejamento, que requer cuidados. “Normalmente, a pessoa vai identificar o prejuízo financeiro como fator principal. Hoje, o mercado é mais rápido e dentro de uma concorrência muito maior, onde um tráfego não planejado ou apenas simplificado pode gerar grandes danos profissionais e emocionais”, ressalta.
É fato que qualquer investimento traz riscos. Patrícia Rodrigues, pós-graduada em Jornalismo Digital e Produção Multimídia, conta que o maior perigo, sem dúvidas, é perder dinheiro. “Se você não conhece quem é seu público, onde ele está, o que ele consome, você pode anunciar para pessoas que não tenham interesse e, consequentemente, não irão comprar nada”, afirma a também consultora de marketing e gestora de tráfego particular.
Para ela, um tráfego orgânico bem feito gera autoridade no assunto e reconhecimento no nicho, uma vez que a empresa pode ter mais do que seguidores, verdadeiros fãs da marca, o que renderá elogios, cobranças e compras. “Já o tráfego pago, é uma ponte para agilizar a atividade-fim, que é a compra. O tráfego orgânico é como se todas as pessoas estivessem numa fila, a pé, indo para uma direção X. O tráfego pago é um indivíduo que passa de carro para ir para esse mesmo lugar X. É um atalho. É como se fosse uma entrada VIP. Então, sem dúvidas, o maior benefício é atingir o objetivo com mais rapidez”, assegura Patrícia Rodrigues.
Como potencializar um tráfego orgânico?
O tráfego orgânico pode ser caracterizado como o acesso espontâneo de usuários ao site sem a utilização de anúncios. Contudo, para potencializá-lo, é preciso focar na persona, visto que o marketing em si atualmente não é só sobre faturamento, mas também sobre pessoas. “Invista em técnicas de SEO. Crie e faça títulos de sucesso, trabalhe gatilhos mentais e chamadas que gerem conexões com o usuário. Além disso, diversifique conteúdos em plataformas, esteja onde seu público-alvo está e crie conteúdos relevantes”, aconselha Weberson Maciel, publicitário e especialista em compra de mídia para SaaS e e-commerce.
Lucas Karam, especialista em Direito Digital, acredita que potencializar o tráfego orgânico depende da exploração do algoritmo das redes sociais, pois cada uma delas tem especificidades. Ele cita como exemplo o Instagram, em que dá para potencializar com adição de palavras-chaves relevantes nas postagens, adição de localização e utilização de postagens pelo Reels, por exemplo.
Até onde investir em tráfego pago?
O tráfego pago nada mais é do que o investimento em anúncios na internet, que ajudará na condução dos usuários de maneira estratégica para mostrar determinado produto ou serviço. Dessa forma, vale questionar até onde investir nesse método. Weberson Maciel afirma que, se a empresa possui um tráfego estruturado, bem planejado e com foco em resultados, ela deve investir em todas as etapas do funil.
“É uma ferramenta altamente precisa em que você consegue ser um sniper na mensagem que passará para o público-alvo, desde que exista planejamento estratégico, dados para se trabalhar e mensuração de resultados”, conclui ele, explicando que, quando uma compra de mídia apresenta retorno negativo, algo foi planejado, executado ou criado de forma errada.
Vale ressaltar que o tráfego pago não faz milagre. Camila Silveira explica que esse tipo de investimento deve ser feito até onde existam lucros dentro do serviço ou produto à venda. Hoje, tem-se um grande número de postagens diárias e não interpretar os custos da loja física pode tornar o processo lento para manter o funcionamento do negócios.
Qual escolher?
Para Isabelle Narciso, especialista em Marketing de Influência e CEO da IN Assessoria, com um post patrocinado, a empresa conseguirá categorizar, separar e ser mais assertiva na escolha do nicho.
Patrícia Rodrigues, por sua vez, explica que se o negócio está iniciando agora e não tem verba para patrocínio, o mais indicado é investir pesadamente no tráfego orgânico, na produção de conteúdo para mostrar o dia a dia da empresa e como isso pode melhorar a vida das pessoas. “Use hashtags, fotos, cards, vídeos, Reels, stories, vídeos no TikTok, lives, entre outros.”
Para a escolha do tráfego pago ou orgânico, é preciso estar atento a algumas premissas. A melhor forma de destaque no tráfego orgânico é utilizar conteúdos direcionados ao público ideal alinhados à uma legenda que gere conexão com palavras que não apenas descrevam o produto, mas que revelem valores, necessidades e diferenciais.
“A frequência da presença real nos stories de forma constante também tem grande importância nessa jornada, pois hoje, dentro de tantas possibilidades, saber que atrás daquela página existe alguém que compartilha dos mesmos valores e opiniões será um grande potencial na definição de compra do cliente final”, estima Camila Silveira.
Estratégias
As estratégias para um negócio que sairá do papel ou para aqueles que já estão no mercado são fundamentais para conquistar resultados eficazes. De acordo com Isabelle Narciso, as principais estratégias do tráfego orgânico se concentram em conteúdos interessantes, em e-mail marketing, em simples visitas que podem se tornar leads, ou seja, futuros clientes, além das palavras-chaves, que auxiliam a ranquear mecanismos de busca e copyright. “Você pode atrair um público orgânico quando utilizar uma boa construção do conteúdo e pode servir para segmentar melhor o seu nicho”, explana.
Patrícia Rodrigues concorda: “A presença digital do negócio deve estar em todos os locais que forem adequados para cada nicho. Sendo assim, é preciso produzir diferentes tipos de conteúdo para locais distintos. Volta e meia as plataformas lançam novos tipos de conteúdo ou trends. Surfar nessas ondas é uma boa para alavancar o tráfego orgânico, mas, sem dúvida, o principal é ter constância. Investir tempo e pesquisa farão com que o material seja cada vez mais atrativo”, acrescenta.