Startups: quando é a hora de escalar os negócios?
Diretor de Marketing da Livance, Brunno Feola explica que, em algum momento, é preciso investir em crescimento e na consolidação da marca
atualizado
Compartilhar notícia
Mudanças rápidas e significativas em diferentes setores aconteceram nos últimos dois anos devido à pandemia e, apesar dos diversos impactos negativos nos negócios e na sociedade, o saldo para o mercado de inovação foi bastante positivo. Principalmente por conta da necessidade iminente de digitalização das empresas, que apostaram nessa solução para a sobrevivência dos seus negócios.
Diante deste momento de grandes mudanças, a conexão com as startups tornou-se uma ferramenta eficaz para que grandes companhias encontrassem alternativas rápidas e eficientes para os negócios, o que impulsionou os investimentos no setor. A demanda por novas tecnologias fez com que, somente no primeiro semestre de 2021, mais de US$ 288 bilhões fossem investidos em startups pelo mundo, segundo dados da plataforma Crunchbase. Isso representa um aumento de 61% em relação ao último recorde, que registrou US$ 179 bilhões investidos no segundo semestre de 2020.
Em contrapartida, é preciso analisar as startups com recursos mais escassos, cujo crescimento do negócio está atrelado a possibilidades de rodadas de investimento e ampliação da receita. Muitas vezes os profissionais de marketing sentem dificuldade de saber qual caminho seguir: investir em performance e apenas torcer ansiosamente para que nenhum outro player com mais dinheiro em caixa apareça e atrapalhe o seu desenvolvimento. Ou se aplica na marca, ainda que isso signifique um resultado de um quarter ou semestre prejudicado, aumentando o seu custo por aquisição para patamares que tiram a saúde financeira do negócio.
Seja qual for a decisão, haverá efeitos colaterais inevitáveis. Em um determinado momento dos negócios é invariavelmente preciso investir em crescimento e na consolidação da marca! É como trocar os pneus com o carro andando e, para isso, é necessário quebrar a cabeça para encontrar a solução mais ousada. Na empresa em que atuo, além de ampliar o alcance da marca, decidimos aumentar o nosso raio de atuação, e, por isso, vamos abrir duas unidades no Rio de Janeiro. Um desafio e tanto para operação e logística da companhia, mas que pode definir a marca como um sinônimo de consultório e auxílio para a gestão da carreira de profissionais de saúde nos próximos anos.
Entre as principais razões que motivaram essa decisão estão:
A ampliação de 40% do nosso target
Mais que um número absoluto, ampliar nossa base de impacto permite fazer ações segmentadas com maior assertividade. Chegar ao Rio significa a possibilidade de sair do espectro mais tradicional do Account based marketing e ampliar o leque, utilizando bases DMP e outros formatos on-line onde segmentações muito pequenas não são tão eficientes.
Maior espaço para marketing de performance
Uma nova praça amplia seu número de leads, isso significa que conseguiremos manter o custo de aquisição mesmo adotando novas frentes para promover awareness.
Novo argumento para a marca
A possibilidade de atuar em praças tão importantes sem custo adicional. Agora, os nossos clientes conseguem ampliar o seu raio de atuação e, com isso, podemos utilizar o fato de que na nossa solução, o consultório deixa de ser apenas um espaço físico e passa a ser um hub de atendimento dos seus serviços, em três das principais cidades do Brasil (São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro).
Uma novidade para a mídia, pois startups dificilmente possuem capital para promover ações de awareness poderosas. Uma nova praça abre as possibilidades de novos veículos e novas informações para serem divulgadas, o que contribui para ampliar a credibilidade da empresa e aumentar o conhecimento de marca.
Uma decisão como essa também acarreta em uma série de desafios. Ao colocar este plano em prática aparecerão outras e novas dificuldades que sequer estamos considerando agora. Mas ampliar o raio de atuação pode ser uma solução importante para os negócios quando for para escolher entre awareness e performance.
Com 12 anos de experiência, Brunno Feola é diretor de Marketing da Livance. Também atuou em empresas como Accor Hotels Latin America, Catho, OLX, Itaú, BR Foods, Fiat e Pepsi.