Diversas pesquisas como a das Mídias Sociais 360° (#MS360FAAP), que estuda há mais de sete anos o comportamento de usuários, empresas e criadores de conteúdo nas redes sociais, apontam que as interações do público com influenciadores são muito maiores quando comparadas com perfis de marcas. Outro estudo, dessa vez da Influency.me, empresa de marketing de influência brasileira, revela que 96% das ativações com influencers estão presentes no Instagram.

Diante desses números, fica nítido o quanto os influenciadores digitais são importantes para auxiliar no crescimento de uma marca. Por isso, entre esta quarta-feira (27/12) e a próxima quinta-feira (4/1) o Metrópoles divulgará uma série de nove entrevistas com influenciadores digitais que se destacam de alguma forma no mercado. De humor a kids, de finanças a entretenimento, os nichos são variados. O objetivo é entender quais são os principais desafios enfrentados pelos profissionais, alguns dos trabalhos desenvolvidos por eles e como a categoria enxerga o futuro da profissão. Ao todo, foram entrevistados nove influenciadores digitais.

Influencer da Metrix, braço de marketing de influência do Metrópoles, Enrico Timm afirma que a figura do creator faz parte da vida das pessoas. “Sou muito observador e reparo em tudo. Então, quando quero me comunicar sobre um assunto, tenho que entender e me colocar no lugar da pessoa que está me assistindo do outro lado da tela. Se eu for falar de alguma marca, tenho de saber que as pessoas têm de se conectar a ela de alguma forma. O creator participa da vida do outro”, explica.

Vitória Mesquita, que também influenciadora da Metrix, destaca que representatividade é tudo. Em 2021, a jovem com Down mobilizou a internet ao fazer o Google mudar a definição de Síndrome de Down.

“Essa iniciativa representou a força que nós temos de fazer a diferença, principalmente com as redes sociais. Sinto que foi um legado que vai ajudar muita gente e que abriu muitas portas na minha vida”, garante.

Ana Clara Rios, influenciadora voltado aos segmentos fitness e kids, conta que decidiu começar a gravar vídeos para a internet há dois anos e aponta um dos desafios da carreira de influencer: a falta de credibilidade da profissão. 

“Acredito que essa mentalidade está em constante mudança, mas muitas pessoas não enxergam os YouTubers como trabalhadores dedicados, profissionais e competentes. Infelizmente, muitos têm a visão de que o nosso conteúdo se resume a ligar a câmera e gravar, sem considerar a captação de ideias, a direção de filmagem, bem como a estruturação de roteiro e a produção de todos os vídeos realizados”, ressalta.

Stenio Girardelli (conhecido como Lactea), que aderiu ao humor como nicho, acredita que todo influenciador digital precisa ter simpatia e originalidade, algo que parece clichê, mas ter essas duas características é primordial.

“Seja qual for o nicho que você deseja falar, a audiência precisa se interessar pela forma que você transmite (o conteúdo). Sendo original e simpático, você acaba gerando interesse nas pessoas”, garante. 

Fernando Campos, influenciador cego que tem mais de 300 mil seguidores no Instagram, garante que, ao não abranger PCDs em publis, quem perde são as marcas. “Isso porque elas precisam dar lugar à fala, tê-las nas equipes, além de contratar influenciadores com deficiência. Quando as marcas abraçam isso, com certeza estarão sendo inclusivas e, consequentemente, promovendo acessibilidade”, assegura.