“Publicidade é ativo transformador”, diz Rianni Bertoldo, da Moringa
Em entrevista, a diretora da agência digital fala sobre como o relacionamento da marcas com o público pode trazer melhorias para a sociedade
atualizado
Compartilhar notícia
Rianni Bertoldo tem 45 anos e há 24 atua como publicitária. A brasiliense garante que aos 16 já havia escolhido a profissão e diz ser privilegiada por estar há tantos anos no mercado, dividindo a história com grandes nomes locais. “Eles me inspiraram a ver propaganda como um instrumento de reflexo social e, com isso, um asset (ativo) para gerar transformações na sociedade”, conta.
Formada pelo UniCeub, Rianni fez mestrado em Marketing na Stirling University, na Escócia. Atualmente, ela é diretora na Moringa Digital, em Brasília. “Acho essa cidade encantadora. Adoro a imensidão do horizonte, o céu, e os nossos ipês coloridos”, diz a brasiliense orgulhosa. A agência é responsável por atender grandes contas como Banco do Brasil, Caixa e Sebrae Nacional.
Se você tivesse que dar um conselho para alguém que está começando na área publicitária, o que diria?
Abra sua mala e vá colocando na bagagem cultura, arte, estética, um tanto de psicologia, sociologia, empatia e análise de dados. Aproveite a viagem e se inspire em profissionais que são talentosos, criativos e, especialmente, bons gestores. Gente que cuida de gente.
Como enxerga a publicidade hoje?
Uma ferramenta poderosa de relacionamento e de transformação. A publicidade tem o poder de impactar as pessoas, grupos ou nichos, e de estabelecer relações pautadas em sentimentos, sejam eles emocionais ou pragmáticos. Às vezes as relações se dão por meio de um e-commerce irretocavelmente eficiente ou por um SAC assertivo. Outras, por um filme que nos traz esperança e acalenta a alma. Não importa. O grande ponto é estabelecer relações que, no fim, se consolidem em escolhas de consumo. E hoje, mais do que nunca, com tantos meios diferentes, as mensagens fazem diferença. Qualquer ação precisa considerar os propósitos das marcas, os clientes, todos os pontos de contato e, especialmente, as especificidades dos meios. Parece uma fórmula óbvia, mas ser coerente em todos os pontos requer planejamento, atenção e muito trabalho.
Como se destacar no mercado hoje?
É preciso estar em constante busca e atualização. O mercado mudou e isso é inegável. Novas ferramentas surgiram, assim como outros tipos de mídias, formatos, métricas e KPIs. É preciso (ter) informação, atenção as novidades e conhecimento. Também não podemos ter medo de errar. Humildade para beber do novo e enxergar oportunidades. E isso é maravilhoso. Ver o novo surgir, ser desafiado e aprender com ele, é um privilégio.
Quais principais tendências você enxerga na comunicação/publicidade hoje?
Vou enumerar três que foram deflagradas nos últimos dois anos.
1) A valorização da coletividade e de soft skills como colaboração, adaptabilidade e inteligência emocional. Estamos vivendo num mundo onde os talentos coletivos estão cada vez mais evidentes e isso é muito poderoso. Saem os gênios individuais e entram os grupos que constroem juntos.
2) Empatia: marcas podem se posicionar e, com isso, falar mais e melhor com os públicos. Marcas que se posicionam de forma empática conquistam fãs e não consumidores. Magalu e Natura são alguns exemplos.
3) Tecnologia: é meio e não fim. Ficou evidente a participação da tecnologia como mola propulsora de conexões, de ideias e de criatividade. O objetivo final é sempre gente conectando gente.