Quais os principais desafios das marcas na atualidade?
Paula Bezerra, co-CEO da VCRP Brasil, elenca os temas que as empresas devem se atentar para se destacar dos concorrentes
atualizado
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É inegável que a inteligência artificial é o assunto do momento. Diariamente, somos bombardeados com novidades na corrida que promete mudar a maneira como nos relacionamos, trabalhamos e convivemos em sociedade. O tema foi um dos principais assuntos do SXSW, o principal evento de inovação do mundo, promovido em Austin, nos Estados Unidos e, não à toa, líderes de diversas áreas estão atentos à chamada corrida pela IA.
O objetivo? Chegar na frente com a melhor solução e resultado para o cliente final, reduzindo custos da marca e aumentando a performance da empresa.
Entre as manchetes mais recentes, por exemplo, o Google prometeu ousar na jornada e disse em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times que a tecnologia será incrivelmente benéfica.
Mas, a corrida em prol da melhor inteligência artificial e ferramentas como ChatGPT ainda parecem distantes quando nos debruçamos nos principais desafios enfrentados pelas marcas atualmente. Essa, inclusive, é uma questão que assola o dia a dia de CMOs e líderes de marketing como um todo.
No cenário internacional, seguimos com um palco de guerra que está longe do cessar-fogo, que tem trazido implicações desde comércio internacional até em discussões sobre combustível, energia e abastecimento na Europa.
Já quando fazemos um recorte para o Brasil, as adversidades persistem com um cenário econômico lento, com o Banco Central trabalhando para manter a inflação próxima da meta, fazendo com que a taxa básica de juros, Selic, siga em patamares elevados. Do lado do consumidor, a sensação de perda de poder de compra persiste, juntamente com a baixa confiança em gastar nos próximos meses.
Diante de um contexto tão desafiador, muitas empresas passaram a reduzir os investimentos em marketing, o que pode trazer danos tanto de reputação para a marca quanto de presença de mercado e vendas no médio e longo-prazo. Embora clichê, o ditado de que existem oportunidades em meio à crise nunca soou tão real. E as companhias que souberem conduzir isso de uma maneira estratégica, sairão na frente quando o cenário sócio-econômico melhorar.
Segundo o relatório Brand Disruption: os desafios presentes e oportunidades para as marcas em 2023, produzido pela consultoria IAB-Brasil, com tantas adversidades no âmbito econômico e com o consumidor mais reativo, as empresas que souberem ter um tratamento mais personalizado ao seu público, proporcionar experiências — e não só vender produtos — e investir em digital, com conteúdos multicanais, e que se posicionem socialmente, terão uma performance mais assertiva. Ou seja: conquistarão a tão desejada fatia maior de um bolo que está reduzindo com o passar do tempo.
Como integrar estratégias eficientes com um baixo investimento? Apostar cada vez mais nos talentos da própria marca: posicionar o porta-voz, no chamado Thought Leadership, em inglês, e contar com os recursos das redes sociais em ascensão, como o LinkedIn e o TikTok para apoiar essas campanhas. Trazer para pauta temas relevantes da sociedade e conectar isso com o propósito da empresa, apostar na diversidade do time para agregar mais valor aos produtos e consumidores.
As respostas são mais simples do que a gente imagina. É preciso, porém, ter criatividade e agilidade para mudar a rota em situações tão desafiadoras, para trazer ao nosso público sempre a melhor experiência, serviço e relação.
Com 12 anos de experiência em comunicação e MBA em Relações Internacionais, Paula Bezerra é sócia e CO-CEO na VCRP Brasil.