Público LGBTQIA+ ainda é sub-representado na publicidade, diz estudo
Agência SA365, em parceria com a consultoria Elife, divulgou dados do estudo anual “Diversidade na Comunicação de Marcas em Redes Sociais”
atualizado
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No Mês do Orgulho, a agência SA365, em parceria com a consultoria Elife, divulgou dados da terceira edição do estudo anual “Diversidade na Comunicação de Marcas em Redes Sociais”, que analisa a presença de minorias na publicidade brasileira. Segundo o estudo, o público LGBTQIA+ ainda é sub-representado na comunicação dos maiores anunciantes.
O material ressalta que não houve muitos avanços, mesmo em meio aos debates no mercado publicitário gerados pela PL número 504/2020, que pretendia proibir “a publicidade que contenha alusão a preferências sexuais e a movimentos sobre diversidade sexual relacionada a crianças”. Ao todo, a pesquisa analisou 1902 posts no Instagram e Facebook com 50 marcas feitas, em campanhas feitas pelos 20 principais anunciantes brasileiros entre janeiro e dezembro de 2020.
Segundo o levantamento, das imagens analisadas, somente 3% tinham pessoas públicas LGBTQIA+ ou fotos que deixavam clara a existência de relação afetiva entre os retratados. Além disso, houve maior índice de postagens no Mês do Orgulho e em datas natalinas, quando as marcas costumam fechar parceria com influenciadores. Foram 13 publicações em junho de 2020 e 10 em dezembro. As marcas de varejo somam 11% das publicações, enquanto as de bebida alcoólica representam 5% do total de posts com a maior presença LGBTQIA+.
“A comunicação deve ser vista também como um espaço de identificação, em que o consumidor busca cada vez mais ser representado e este é um fator levado em conta na decisão de compra. Celebrar as pessoas LGBTQIA+ no Mês do Orgulho é fundamental, mas cremos que seja importante ir além disso”, comenta Breno Soutto, head de insights da SA365 e do grupo Elife.
Diversidade
O estudo, que será divulgado completo nos próximos meses, aponta ainda que brancos estão presentes em 74% das publicações, enquanto negros figuram em 37% — algumas imagens trazem mais de uma pessoa e apresentam diversidade racial. Mulheres estão presentes em 62% dos materiais, seguidas por homens, que figuram em 60% dos conteúdos analisados. Já as pessoas com deficiências (PCDs) respondem por 1% das amostras.
Para Aline Araújo, responsável pelo estudo, o resultado deste ano surpreendeu negativamente. “É o segundo ano consecutivo que a pesquisa revela queda de visibilidade de pessoas LGBTs na comunicação digital. O que vai na contramão de outros comportamentos crescentes nas redes sociais: representatividade sendo cada vez mais discutida, influenciadores e figuras públicas ganhando mais espaço nos seus canais. As grandes marcas ainda aproveitam pouco o potencial da inclusão e da diversidade”, conclui a executiva e gerente de projetos da Elife.