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Publicidade humanizada: o equilíbrio entre IA e anunciantes

Fernanda Acácio, CEO da MGID no Brasil, explica como a IA contribui para tornar anúncios mais relevantes e os desafios vindos dessa prática

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Publicidade humanizada encontro entre IA e anúncios na era digital – Metrópoles
1 de 1 Publicidade humanizada encontro entre IA e anúncios na era digital – Metrópoles - Foto: Qi Yang/Getty Images

O setor de publicidade está passando por uma transformação tecnológica profunda, marcada pelo surgimento e aprimoramento da inteligência artificial (IA).

Essa tecnologia não apenas transforma a maneira como as empresas traçam estratégias e executam campanhas, mas também redefine o papel dos anunciantes e dos consumidores no ecossistema digital, no qual as demandas por personalização são crescentes.

Nas campanhas publicitárias, a IA contribui significativamente para tornar os anúncios mais relevantes e direcionados. Ela analisa as necessidades do consumidor e conecta-o a conteúdos contextualmente adequados, aumentando as chances de conversão.

Os anúncios nativos também se destacam nesse cenário de concorrência por atenção, pois oferecem uma experiência de usuário mais integrada e agradável.

Esse formato se integra de forma orgânica ao ambiente em que é inserido, capturando a atenção do consumidor de maneira espontânea e intuitiva.

Uma pesquisa da IPG Sharethrough revela que os anúncios nativos são 53% mais visualizados do que banners tradicionais em portais de notícias, evidenciando a eficácia do formato.

Ou seja, a interpretação do contexto e das intenções do usuário é importante para garantir que as campanhas sejam entregues de forma precisa, correspondendo aos interesses do usuário.

Ao impulsionar uma estratégia de anúncios nativos por meio da inteligência artificial, as marcas têm a chance de tornar os conteúdos mais eficientes, estratégicos e relevantes.

A inteligência contextual, por exemplo, é capaz de analisar a composição do site, garantindo que os anúncios sejam exibidos em ambientes favoráveis, o que gera mais impacto e engajamento.

Além disso, a IA generativa permite que anunciantes criem imagens, títulos e descrições diretamente de plataformas automatizadas.

Desde 2022, mais de 15 bilhões de imagens foram criadas com essa ferramenta, o que demonstra a eficiência e o potencial.

Essa tecnologia não apenas torna o conteúdo mais relevante para o usuário, como também automatiza tarefas manuais, aumentando a eficiência do processo.

Por meio da IA é possível analisar dados de testes A/B com máxima assertividade, por exemplo, refinando e escalando os resultados de performance para maximizar o desempenho.

As vantagens dos avanços dessa tecnologia também são inúmeras. A IA generativa possibilita a criação de imagens únicas e atrativas, livres de riscos de direitos autorais, e que despertam a curiosidade do público, resultando em taxas de cliques (CTR) mais elevadas.

A IA preditiva, por sua vez, capacita a análise de grandes volumes de dados, por meio da qual os algoritmos podem prever comportamentos e preferências dos consumidores.

Esse poder preditivo possibilita uma publicidade hiper direcionada e experiências altamente personalizadas. Além disso, essa tecnologia pode prever quais canais, conteúdos e mensagens trarão o maior retorno sobre o investimento, garantindo que os anunciantes aloquem os orçamentos de forma mais estratégica, baseada em dados.

Assim, neste novo paradigma, a inteligência artificial assume o papel de uma ferramenta poderosa que pode potencializar a criatividade. No entanto, ela também nos desafia a repensar o papel do humano na era digital.

A despeito dos avanços, o processo inicial de utilização da IA generativa ainda apresenta desafios na comunicação entre humanos e máquinas, resultando em comandos imprecisos; questões de privacidade e segurança de dados também demandam atenção; e a dependência excessiva da IA pode levar à falta de intuição humana nas estratégias de campanha.

Por isso, é fundamental manter um equilíbrio entre os insights orientados pela IA e o olhar e a criatividade humana, realizando monitoramentos regulares e ajustes para garantir que os objetivos específicos sejam alcançados.

À medida que evoluímos nesse cenário dinâmico, a verdadeira revolução não está apenas nas ferramentas utilizadas, mas na maneira como escolhemos usá-las para construir relações mais profundas e duradouras entre marcas e consumidores.

A publicidade do futuro não será definida apenas pela capacidade de prever comportamentos ou personalizar experiências, mas pela habilidade de se conectar com o humano, enriquecendo a experiência de todos os envolvidos.

Fernanda Acácio é CEO da MGID no Brasil.

 

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