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Os aprendizados a partir de iniciativas ambientais de grandes marcas

Dione Manetti, CEO da Pragma, avalia os impactos de marcas brasileiras quanto à atuação junto ao meio ambiente

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1 de 1 sustentabilidade – Metrópoles - Foto: Alistair Berg/Getty Images

É fato que temos evoluído na tomada de consciência em relação à sustentabilidade e conservação ambiental, tanto por parte da população, quanto por parte de grandes corporações. Os efeitos das mudanças climáticas, que são sentidos com mais intensidade por pessoas em situação de vulnerabilidade, também impactam o meio urbano e o desenvolvimento econômico. Portanto, penso que há um movimento em curso, que colabora para mitigar os riscos socioambientais a partir de uma nova consciência de consumo.

As iniciativas de grandes marcas, que temos testemunhado nos últimos anos, são a prova de que há um movimento de adaptar e transformar práticas no setor produtivo. E isso ocorre não só porque colabora com os resultados econômicos das empresas, proveniente do melhor posicionamento gerado frente aos seus clientes, mas também porque torna-se mais atrativo para investidores. Soma-se a isso a importância que o tema da sustentabilidade e do enfrentamento às mudanças climáticas tem recebido de órgãos internacionais. Exemplo disso foi a criação de um conselho específico na Organização das Nações Unidas (ONU) para debater o tema dos resíduos sólidos e seu impacto nas mudanças climáticas.

Indo ao encontro desta preocupação da ONU, grandes marcas com atuação no Brasil estão se posicionando como aliadas do meio ambiente desde a base, buscando soluções que permitam incorporar resíduos recicláveis em suas embalagens e produtos, quando tecnicamente é possível. Outra preocupação de grandes marcas que temos percebido é na concepção e readequação de suas embalagens e produtos, que se materializa na busca de materiais que tenham maior durabilidade e que favoreçam a sua reutilização.

Medidas deste tipo impactam positivamente os clientes, que prezam por organizações que estabelecem um compromisso em prol da preservação ambiental e estão dispostos a pagar até 10% a mais por produtos socialmente conscientes, de acordo com a Network for Business Sustainability (NBS).

 

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A Heineken assumiu o compromisso de ampliar a coleta de vidro e tem investido em projetos que têm esse objetivo
A Danone tem colaborado para o desenvolvimento de iniciativas sustentáveis nacionais e regionais
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A Ypê realiza uma recuperação antecipada — ou seja, antes mesmo de colocarem os itens para venda, recupera a massa equivalente das embalagens que serão colocadas no mercado

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A Heineken assumiu o compromisso de ampliar a coleta de vidro e tem investido em projetos que têm esse objetivo

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A Danone tem colaborado para o desenvolvimento de iniciativas sustentáveis nacionais e regionais

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Na mesma linha está a Ypê, marca brasileira de produtos de higiene e limpeza, que realiza uma recuperação antecipada — ou seja, antes mesmo de colocarem os itens para venda, recupera a massa equivalente das embalagens que serão colocadas no mercado. O interessante é que a empresa já cumpre a obrigação legal de logística reversa de suas embalagens há anos, mas recentemente aderiu a uma iniciativa que desenvolvemos, para recuperar 100% das embalagens da sua Linha Green. O efeito da atitude é positivo: convida outras marcas a fazerem o mesmo.

A Heineken também vem buscando alinhar-se com as necessidades ambientais. O vidro é um material de pouco valor no mercado, já que é pesado e cortante. Portanto, não é priorizado pelas organizações de catadores. Para se ter ideia, em um levantamento realizado pelo Programa Recupera, a matéria-prima foi uma das que registrou a menor taxa de reaproveitamento, com apenas 11,5%. Todavia, a empresa assumiu o compromisso de ampliar a coleta deste material e tem investido em projetos que colaborem para o desenvolvimento de modelos que também têm este objetivo.

Por fim, vale destacar o trabalho da Danone, marca que tem colaborado para o desenvolvimento de iniciativas nacionais e regionais. Em Minas Gerais, por exemplo, por meio do Programa Avante, firmou parceria com organizações de catadores que atuam próximas a sua unidade industrial, além de ter aderido ao programa nacional de logística reversa que desenvolvemos, ampliando assim sua atuação e público atingido. Com essa decisão, a empresa colabora para ampliar os investimentos em infraestrutura e equipamentos junto a centenas de organizações de catadores de todo o Brasil, No mesmo sentido, a empresa se dispôs a ir até algumas destas organizações para entender como seria possível melhorar as condições das embalagens que coloca no mercado e facilitar sua recuperação e reciclagem.

Como podemos perceber, muitas iniciativas estão sendo promovidas pelo setor empresarial. Seja de maior ou menor escala, todas são importantes, porque é a somatória delas que faz diferença. E isso acaba influenciando ainda mais corporações a fazerem parte de algo maior.

Embora seja compreensível que cada empresa queira uma iniciativa para chamar de sua, penso que já é passada a hora de de unirmos forças.

Com otimização de esforços, recursos e reunião de inteligências, há maior efetividade na preservação do planeta e inclusão de pessoas, bem como ampliação da área de atuação e das capacidades que cada uma das nossas organizações possuem. Os melhores resultados sempre virão da união.

Dione Manetti é CEO da Pragma Soluções Sustentáveis e presidente do Instituto Pragma. 

 

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