A transformação digital vem revolucionando diversos setores, e o varejo não é exceção. É impossível falar sobre o setor sem mencionar a Inteligência Artificial e a experiência do consumidor.

Uma pesquisa feita pela Central do Varejo aponta que mais de 45% dos varejistas entrevistados utilizam a tecnologia nos processos, tais como chatbots, criação de conteúdo de marketing e personalização da experiência do cliente.

Os dados mostram que a adoção dessas tecnologias tem potencial no mercado.

A interação com as marcas era limitada, com compras feitas principalmente em lojas físicas, onde a experiência do cliente dependia do atendimento dos vendedores e do ambiente da loja.

Hoje, a situação é diferente. A digitalização e a internet permitem que os consumidores façam compras on-line a qualquer hora e em qualquer lugar ou, ainda, comprem no on-line e recebam no off-line.

A comunicação entre marcas e consumidores tornou-se mais ampla e interativa com as redes sociais e as plataformas digitais.

Nesse contexto, o canal omnichannel surge como estratégia para atender os consumidores modernos em diferentes pontos de contato, proporcionando uma jornada de compra 360°, integrando canais on-line e off-line.

Para que cada interação com o consumidor seja positiva, é necessário planejamento e personalização.

E como as marcas podem customizar conteúdos para o público? Usando Inteligência Artificial.

Essa ferramenta ajuda, por exemplo, na análise de dados e permite que as empresas ofereçam recomendações de produtos e experiências de compra adaptadas às preferências individuais. Por exemplo, ao analisar o comportamento e histórico de compra, a loja pode enviar promoções exclusivas daquele item.

Essa é uma forma de aumentar a personalização com o cliente e, consequentemente, construir um relacionamento mais forte entre as partes.

Com ajuda da IA, a tecnologia consegue fazer uma análise preditiva e antecipar comportamentos e tendências dos consumidores, permitindo que os varejistas desenvolvam um planejamento de marketing para o perfil do público.

Essa personalização, normalmente, mantém a relevância e aumenta o engajamento dos consumidores.

O relatório CX Trends 2023 mostra que 87% dos consumidores dão preferência para marcas que oferecem uma boa experiência, e 75% dizem fazer isso mesmo que precisem pagar mais caro.

Para ilustrar, vamos imaginar que uma loja de roupas decidiu utilizar análise preditiva para antecipar as preferências do público nas próximas compras.

Para isso, é necessário ter uma base de dados dos clientes com histórico de vendas e preferências.

Com esses dados, os algoritmos de machine learning identificam padrões para prever quais produtos terão maior demanda no futuro.

Importante lembrar que as informações estão em compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, ou seja, foram coletadas de forma segura e legal. Por meio dessa noção prévia, a loja pode oferecer descontos, promoções, recomendações de produtos que tenham relação com aquele consumidor.

Não é regra que o cliente vá comprar ou retornar à loja somente porque recebeu um e-mail marketing ou SMS, mas com certeza é um passo positivo para a construção de um relacionamento sólido que pode trazer frutos no futuro.

Um levantamento da Bain&Company aponta que os clientes fidelizados gastam, em média, 67% mais do que os novos clientes. Ou seja, manter uma relação ativa pode ser mais eficiente do que criar um vínculo do zero.

Não é de surpreender que os dados apontem que a maioria das empresas, varejistas ou não, estejam procurando explorar os recursos da Inteligência Artificial.

Aqueles que optarem por investir nessa tecnologia estarão na vanguarda da revolução do varejo, aproveitando as vantagens e benefícios que a IA pode proporcionar.

Não se trata mais de uma possibilidade distante, mas sim de uma necessidade essencial para manter a relevância e a competitividade no mercado atual.

Raphael Carvalho é CEO da Spot Metrics.