O que esperar do Marketing no pós-pandemia?
Especialistas ouvidos pelo Metrópoles elencam estratégias para o futuro da área
atualizado
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Devido à pandemia da Covid-19, muitas empresas se viram obrigadas a desacelerarem investimentos em Marketing. Dessa forma, canais de vendas foram fechados e as demandas foram ficando cada vez mais reprimidas, fato que obrigou instituições a enxugarem os gastos e a repensarem formas de continuar crescendo frente ao período caótico.
No entanto, pensar no que esperar daqui para frente e em estratégias de Marketing no pós-pandemia são pontos que merecem destaque. Por isso, para entender melhor o novo contexto, o Metrópoles entrevistou especialistas da área que versam opiniões acerca do tema para o futuro.
“Durante a pandemia, o investimento em Marketing ficou mais orientado para performance, de venda imediata. Isso porque num cenário de cortes de orçamento, as empresas acabaram tomando decisões a curto prazo. Com a pandemia arrefecendo, muitas resolveram voltar a pisar no acelerador. Agora, temos um ressurgimento de verbas como cinema, Out Of Home muito forte e, principalmente, investimento na marca e equilíbrio no investimento de performance”, explica Marcelo Tripoli, sócio-fundador e CEO da Zmes.
Para Ana Paula Passarelli, especialista em Marketing, a característica mais forte que foi esquecida durante a pandemia foi a experiência física. “Acho que elas voltam agora neste período se desfazendo para que a gente possa lembrar do valor e da importância das relações humanas”, acredita.
“Peter Drucker diz que o objetivo do Marketing é tornar a venda supérflua. Precisamos conhecer e compreender o cliente a tal ponto que o produto ou o serviço ‘se venda’. Com isso, por meio das diferentes ferramentas de Marketing, conseguimos o que talvez seja o bem mais precioso em negócios hoje em dia, que são dados. Ter o máximo de informações para conseguir entender e mapear o comportamento, as dores e todas as características do seu público-alvo é essencial para o sucesso de qualquer negócio”, garante Miguel Góes, sócio-fundador e diretor-executivo da MM12.
“Acho que hoje ter um ecossistema de relacionamento com toda essa cadeia de vendas é fundamental para que qualquer empresa possa se engajar, capacitar, se comunicar e, é claro, vender da melhor maneira possível. Quanto mais integradas as ferramentas estiverem, maior será o recall da sua marca e dos seus produtos e serviços”, complementa Miguel Góes.
Neste período pós-pandemia, faz-se necessário mapear o que esperar do Marketing daqui para frente. “O mais importante é equilibrar mídia de performance, vendas e uma boa construção de marca. Temos que ter um equilíbrio eterno nesse sentido. E dá para dizer que tudo isso é o que estamos chamando de Novo Manual do Marketing”, ressalta Marcelo Tripoli.
Miguel Góes, por sua vez, acredita que a palavra do momento é imersão, ou seja, antes de chegar ao modelo full do metaverso, por exemplo, todos verão ferramentas cada vez mais imersivas como realidade aumentada, eventos digitais 3D, plataformas gamificadas, painéis de OOH 3D e redes sociais criando fóruns no metaverso.
“Quanto mais imersiva for a iniciativa, maior será a aderência e o recall de marca obtido. Por outro lado, acho que games que já possuem essa característica, como Fortnite e Minecraft ganharão cada vez mais destaque na estratégia de lançamento de marcas, produtos e artistas”, pontua.