O metaverso e o escritório do futuro
Cofundador da Mokaly, Cadu Cerizze explica como essa tendência se aplica no mercado de trabalho
atualizado
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Nas últimas semanas, a internet parou mais uma vez para ouvir as novidades trazidas por Mark Zuckerberg. Fomos todos apresentados à Meta, mas não é apenas um nome. Meta é o despertar de um novo e ambicioso projeto capaz de mudar a forma como nos enxergamos no mundo e nos relacionamos via redes sociais. Se o isolamento físico foi necessário, vem a aproximação virtual.
Mas o termo “metaverso” não é uma invenção do magnata da tecnologia. É algo que já vem sendo amadurecido há alguns anos. Uma visão de que esse universo, o real, o que pisamos, respiramos, sentimos, não é mais o suficiente. Nos últimos dias, embalados na esteira da Meta, Microsoft, Adidas, Nike e outras gigantes já anunciaram que vão aderir à ideia de se incluírem, também, no ambiente digital, estando, assim, onde seus clientes estão.
Os avanços estão por todas as partes. A tecnologia se aperfeiçoa cada vez mais rapidamente. Inteligência Artificial, 5G, Internet das Coisas, Indústria 4.0, entre muitos outros novos termos com diferentes funções em nosso cotidiano e no das empresas. E é inevitável que esse processo deixe de impactar o nosso dia a dia, pois estará cada vez mais presente. O metaverso chega para revolucionar todo o nosso redor, desde a economia, com as criptomoedas, as artes, com o NFT, a cultura e, também, as nossas relações de trabalho e a forma como o entendemos.
Imagine um universo virtual onde nossas vidas ganham novos rumos. Um conceito onde nós interagimos com os amigos, jogamos e até mesmo organizamos nosso escritório, tudo on-line. Este último, aliás, parece o caminho mais próximo e de maior aceitação da sociedade.
Muito se falou sobre o “escritório do futuro”. Como seria a nossa realidade no momento em que todas as atividades pudessem ser feitas pela internet. Há quase dois anos fomos forçados a adaptar-nos rapidamente a esse novo mundo, onde nossas relações interpessoais foram restritas à tela de um computador.
Se em muitas áreas essa ideia ainda pode ser mal vista, como na criação de círculos sociais e sentimentais, no campo profissional o tema caminha para uma mudança em definitivo: milhares de profissionais pelo mundo relutam a voltar aos escritórios. Encontraram no Home Office a praticidade que tanto buscavam. Agora, não é necessário mais aguentar uma ou duas horas de trânsito todos os dias, é fácil de almoçar a própria alimentação, muitas vezes até mais saudável, e ainda ser possível acompanhar, de perto, o crescimento das crianças, levá-las à escola ou tirar alguns minutos do dia antes extremamente corrido para brincar com elas ou com os pets, que hoje são participações especiais e surpresas nas mais formais chamadas de vídeo.
A já clichê expressão “novo normal” talvez não tenha se adaptado melhor em nenhuma outra área. Enquanto todos já falam em voltar à vida que tinham, quando o assunto é trabalho, um novo caminho se desenhou. Descobrimos que uma reunião pode sim ser trocada por uma videochamada. Então, por que não nos embasamos no metaverso para evoluir definitivamente nossas relações profissionais?
Esse é o desafio das empresas mais antenadas. Talvez tenha algo ainda melhor que salas de descanso implementadas pelas companhias mais modernas. Afinal de contas, nada mais confortável e aconchegante do que nossa própria casa.
Cadu Cerizze é empreendedor e mentor para startups. É cofundador e CMO da Mokaly, escritório remoto para gestão e comunicação de times. Além da startup, é Partner no Vesper Club, aplicativo de experiências em drinks, e no Crowd Mobile, desenvolvedora de aplicativos. Cursou Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Administração e Negócios pela Universidade Estácio de Sá.