O marketing de nostalgia de Indiana Jones e Elis Regina
Fábio Rios, CMO da Brivia, explica como a nostalgia é um sentimento poderoso para o ressurgimento de produtos e marcas icônicas do passado
atualizado
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O mundo está em constante evolução, com avanços tecnológicos e mudanças culturais ocorrendo em um ritmo acelerado. No entanto, em meio a todas essas transformações, há um fenômeno que tem conquistado cada vez mais espaço no mundo do marketing: a nostalgia.
A nostalgia é um sentimento poderoso que nos transporta de volta ao passado, evocando lembranças e emoções associadas a momentos vividos. É uma sensação de saudade e afeto por uma época anterior em nossas vidas. E os profissionais de marketing perceberam que essa nostalgia pode ser uma ferramenta eficaz para atrair e engajar os consumidores.
Uma das principais razões pelas quais o marketing da nostalgia é tão eficaz é porque ele evoca emoções positivas nas pessoas.
Ao se conectar com experiências e memórias do passado, as marcas podem criar uma conexão emocional profunda com seu público-alvo. Essa conexão emocional pode levar a uma maior lealdade à marca e aumentar as chances de compra e recomendação para outras pessoas. Independentemente da polêmica do uso recente de Elis Regina, a estratégia da nostalgia seguramente atingiu seus objetivos.
Outro exemplo de marketing da nostalgia é o ressurgimento de produtos e marcas icônicas do passado. Muitas empresas têm relançado versões atualizadas de produtos que fizeram sucesso em décadas anteriores, aproveitando o apelo emocional que eles têm para os consumidores. Esses produtos evocam lembranças de uma época mais simples e despertam um sentimento de familiaridade e conforto. A Mesbla, por exemplo, voltou como um e-commerce 23 anos depois de ter falido e saído do mercado. O Café União é outro caso de retorno, com a marca sendo relançada pela Camil.
Além disso, o marketing da nostalgia também se manifesta na mídia e no entretenimento. Filmes e séries de TV têm explorado esse elemento, trazendo de volta personagens e histórias que cativaram o público em gerações passadas.
Alô, Indiana Jones 5! Alô, Anéis de Poder! Alô, Exorcista! Essa estratégia tem se mostrado eficaz, uma vez que muitos adultos que cresceram assistindo a esses programas agora têm a oportunidade de reviver suas experiências de infância e compartilhá-las com suas próprias famílias.
As redes sociais também desempenham um papel importante no marketing da nostalgia. Plataformas como Facebook e Instagram permitem que as pessoas compartilhem memórias e momentos do passado com facilidade. As marcas podem aproveitar essa tendência criando conteúdo que inspire e estimule as pessoas a compartilharem suas próprias lembranças, associando essas experiências positivas aos seus produtos ou serviços.
No entanto, é importante que as marcas usem o marketing da nostalgia de forma autêntica e relevante. O público está cada vez mais ciente das estratégias de marketing. Por isso, é essencial que as empresas sejam transparentes em suas abordagens. Tentar capitalizar em memórias do passado sem uma conexão genuína pode ter um efeito negativo e levar à perda de confiança dos consumidores. Indiana Jones 5 que o diga! Mesmo David Rooney, da The Hollywood Reporter, que considerou a nostalgia um ponto forte no novo filme de Harrison Ford, foi categórico ao afirmar que “parte do que diminui o prazer deste capítulo final é o quão evidentemente falso grande parte dele parece”. CGI não foi bem visto aqui.
O marketing da nostalgia é uma estratégia poderosa para ajudar as marcas a criar conexões emocionais com seu público-alvo.
Ao evocar memórias e sentimentos do passado, podem despertar emoções positivas e criar um vínculo duradouro com os consumidores. Porém, é preciso evitar o uso superficial e oportunista. Quando feito corretamente, o marketing da nostalgia é uma ferramenta eficaz para impulsionar o engajamento e impulsionar o crescimento dos negócios.
Fábio Rios é Chief Marketing Officer (CMO) da Brivia.