Que as redes sociais são um expoente valioso para a transmissão de conteúdos, disso ninguém duvida. Para se ter uma ideia, um estudo da Comscore divulgado neste ano mostrou que o Brasil é o terceiro maior consumidor de conteúdos no YouTube, Facebook, Instagram, TikTok, Kwai e Twitter. 

Por isso, estar nessas plataformas exige certa atenção, como se adaptar ao formato de cada uma delas e transmitir autoridade sobre o que se está falando. Esse assunto foi tema de debate nesta sexta-feira (25/8) durante o Fire Festival 2023, evento de marketing digital, tecnologia, inovação e empreendedorismo, que ocorre em Belo Horizonte até amanhã (26/8), e no qual o Metrópoles está presente para cobrir os principais cases que permeiam os setores.  

Promovido pela Hotmart, empresa de tecnologia e creator economy, o evento reúne no Expominas em Belo Horizonte mais de 8 mil participantes de 26 países, que estão debatendo os principais cases de empreendedorismo, inovação, criação de conteúdo, comunicação em diferentes plataformas e as principais tendências do mercado digital em seis palcos simultâneos.

Valeska Bruzzi, especialista em marketing digital, iniciou uma palestra questionando a plateia. “O que vocês querem conquistar com o Instagram?”. Segundo ela, essa pergunta parece óbvia, mas muita gente ainda não sabe o que realmente pretende com a plataforma. 

“Pergunto isso porque o meu objetivo lá atrás como criadora de conteúdo era somente ter audiência, estava preocupada em ter likes e não passar vergonha no Instagram”, contou. “Como eu tinha uma carreira dupla trabalhando durante o dia e criando conteúdo à noite, comecei a ganhar dinheiro na rede social a partir do momento que levei a rede social à sério. Garanto que o Instagram vai te dar dinheiro, aliás, sempre deu e vai continuar, pois a plataforma sempre está em atualização.”

Valeska, que começou a criar conteúdo em 2013, ressaltou também que é preciso ser intencional naquilo que se busca. Como a executiva sempre tinha medo de passar vergonha na rede social, percebeu que profissionalizar a presença dela no Instagram a ajudaria a alavancar ainda mais a criação de conteúdo e foi assim que as coisas começaram a funcionar.

A executiva afirmou que hoje consegue-se fazer um bom Reels e atingir 1 milhão de pessoas com o conteúdo. “Isso acontece mesmo se você tiver 3 mil seguidores na plataforma, algo que não era possível antigamente”, refletiu ela, afirmando que o principal objetivo atualmente na plataforma é alcançar mais clientes.

Três idiotices do marketing digital

Bettina Rudolph, fundadora da BR Marketing, empresa de treinamentos, descreveu os principais erros cometidos por marcas no marketing digital. “Hoje, eu estou aqui para conversar com pessoas que estão desconfiadas que o sucesso está superestimado. Se vocês não fizerem um arroz com feijão bem feito, nada mais importa”, ponderou.

Em seguida, a executiva elencou a primeira idiotice no marketing digital: ignorar “o seu porquê”, ou seja, começar com essa premissa não é só algo bonito, “isso vai te fazer vender mais. Audiência forte, inspirada e engajada é uma das coisas mais importantes no marketing digital atual.” 

Isso porque começar pelo porquê trará formação de audiência, inspiração e conexão, vendas, perenidade do negócio e sensação de realização. 

A segunda idiotice citada por Bettina é ignorar “o modelo de negócios certo”. “De nada adianta ter o melhor porquê do mundo se o seu modelo de negócios estiver errado. A maioria das pessoas acha que um negócio, para ser bem-sucedido, precisa ter pessoas brilhantes. Tudo isso é importante, mas eu estou falando do arroz com feijão”, frisou.

Contudo, o modelo de negócios precisa mudar com o tempo, assim como o propósito. Para isso, Bettina aconselha a questionar e correr sempre atrás do novo. 

A terceira idiotice é garantir o sucesso do cliente. Muitas vezes, segundo Bettina, a empresa promete o inalcançável, justamente por achar que é necessário prometer o máximo. Mas isso pode ser frustrante.