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Microinfluenciadores trazem altas taxas de engajamento para marcas

Com esse foco, o Metrópoles conversou com um influencer de um nicho bem específico, o de línguas, para entender mais o lado desses creators

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Arquivo pessoal
teacher Daniel Andrade – Metrópoles
1 de 1 teacher Daniel Andrade – Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

Tanto no Facebook quanto no Instagram os diferentes tipos de conteúdos lo-fi, aqueles produzidos de forma mais “caseira”, são os com mais engajamento. A informação consta em um estudo recente divulgado pela VidMob, plataforma de IA global que atua no desempenho criativo.

Nesse sentido, os microinfluenciadores — aqueles que têm entre 1.000 e 100.000 seguidores nas redes sociais — ganham ainda mais destaque.

Um levantamento da BrandLovrs, plataforma de creator marketing que usa tecnologia para unir criadores de conteúdo e marcas, revelou que nanos e microinfluenciadores entregaram um resultado superior em termos de engajamento, com mais de 3 mil comentários, frente a menos de 300 nos posts de celebridades.

Outro levantamento da Youpix, consultoria de creator economy, em parceria com a mindminers, mostrou que 38% dos consumidores afirmaram que se incomodam com a perda de naturalidade do influencer.

De acordo com Rafa Lotto, head da Youpix, nos últimos anos observou-se um crescimento significativo no interesse e na utilização de microinfluenciadores como estratégia de marketing digital.

Isso porque eles são mais autênticos e confiáveis do que macroinfluenciadores ou celebridades. “Dessa forma, os seguidores tendem a ter conexão mais próxima e pessoal com eles, aumentando a credibilidade das recomendações de produtos ou seviços.”

Na avaliação da executiva, embora possam ter um número menor de seguidores em comparação com macroinfluenciadores, os microinfluenciadores frequentemente apresentam taxas de engajamento mais altas.

Isso porque eles têm seguidores mais dedicados e que interagem mais ativamente com eles, o que resulta em um engajamento mais genuíno e eficaz para as marcas, além de alcançar nichos específicos de mercado.

Eles muitas vezes possuem expertise em áreas especializadas e conseguem influenciar diretamente uma audiência que compartilha interesses específicos, o que pode ser extremamente valioso para marcas buscando atingir públicos-alvo específicos.

Por que contratar um microinfluenciador?

Em relação a macroinfluenciadores ou celebridades, em termos de custo-benefício, os microinfluenciadores são, geralmente, mais acessíveis, o que torna uma opção viável para marcas de menor porte ou com orçamentos mais limitados.

Lotto explica que, embora ter muitos seguidores seja um indicativo de alcance potencial, o engajamento real depende de vários fatores como a relevância do conteúdo para o público-alvo, autenticidade e qualidade das interações.

“Microinfluenciadores tendem a ter um engajamento proporcionalmente maior em comparação com macroinfluenciadores, pois geralmente possuem seguidores mais leais e nichados, resultando em uma conexão mais forte com seu público”, garante.

Além disso, muitas marcas estão interessadas em atingir públicos segmentados e específicos, o que os microinfluenciadores podem oferecer devido à influência em comunidades mais restritas e dedicadas.

O caminho do microinfluenciador

Escolher um nicho pode ser desafiador, mas o professor de inglês Daniel Andrade, mais conhecido como Teacher Daniel, já sabia desde o início em qual gostaria de atuar. O mineiro de 31 anos criado em Cabeceira Grande (MG), que tem 6.627 habitantes, se apaixonou muito cedo pela língua inglesa.

Foi então que, em 2022, decidiu deixar o serviço público para se dedicar integralmente ao idioma. Recentemente, ele – que tem Toefl Itp, que comprova a proficiência -, alcançou o marco de mais de 11 mil seguidores no Instagram, ou seja, quase o dobro do quantitativo de habitantes da cidade natal.

Para entender mais o lado dos microinfluenciadores, principalmente os desafios, o Metrópoles entrevistou o Teacher Daniel.

Como se apaixonou pelo inglês?
Desde cedo em 1999, na pré-escola. Na época o contato com o idioma somente era possível por meio de livros, dicionários, desenhos animados e filmes que passavam na TV, além de músicas existentes na programação do rádio.

O fator mais preponderante para o meu fascínio pelo inglês sempre foi e será a pronúncia (a articulação dos sons das letras, sílabas e/ou palavras). É fascinante poder modular a voz para produzir os sons desse idioma.

Como e quando definiu seu nicho?
Meu nicho foi estabelecido ao longo das minhas experiências profissionais. Hoje foco em um público específico como adolescentes e adultos, que desejam aprender inglês por meio da aplicação de regras de pronúncia.

Em 2021, resolvi entrar nas redes sociais, com o advento da pandemia, movido pela possibilidade de expandir as minhas aulas particulares e compartilhar ideias de conteúdos para o Brasil e o mundo.

Quando decidiu criar conteúdos para o Instagram sobre o idioma?

Criei minha conta em março de 2021 e logo comecei a compartilhar conteúdos voltados para o aprendizado do idioma de maneira simples e descontraída, utilizei desde carrosséis com dicas de pronúncia a vídeos engraçados com memes para deixar o conteúdo mais acessível e engraçado.

Agora em 2024 decidi criar um novo formato de vídeo com recortes de cenas de filmes, séries e trechos de músicas, que se tornou um sucesso absoluto pela objetividade e praticidade na compreensão de palavras, frases, expressões idiomáticas e outros.

Como criar conteúdos fidedignos?

Ao meu ver é de suma importância entender quais são as carências de nossos seguidores. No meu caso, eu percebi que havia e ainda há uma insuficiência com relação à obtenção de vocabulário específico.

Concomitantemente, criei um conteúdo que é de fácil assimilação independentemente do nível de ensino que aquele usuário tem. Com isso, meus vídeos estão cada vez mais ganhando notoriedade pela autenticidade que eles expressam.

Qual o seu sentimento ao atingir 10 mil seguidores no Instagram?

Meu sentimento é de extrema gratidão a cada um que, de forma direta ou indireta, me motivou a acreditar nesse projeto. Afinal, não foi fácil atingir essa meta devido à dedicação em produzir conteúdo exclusivo, gratuito e de forma periódica.

Qual o conselho que você daria para quem gostaria de influenciar na área de idioma?

Parece clichê, mas o primordial é acreditar, ter realmente essa motivação diária, que é sim possível fazer a diferença na vida das pessoas; mesmo com poucos seguidores, procure sempre fazer o seu melhor, independentemente do retorno em termos de engajamento ou sob o âmbito financeiro.

Ter constância é outro fator determinante, ao meu ver. Afinal, não é tão fácil se tornar um influenciador na língua inglesa do dia para a noite. Mesmo com um conteúdo de qualidade, você deve mostrar para seus seguidores que você está lá.

Qual o principal desafio para quem escolhe influenciar na área de idioma?
Entender o protagonismo, afinal sabemos que ser um professor empreendedor ainda é algo atípico.

Grande parte das pessoas ainda associa a figura do professor (de idiomas) com a obrigatoriedade de ser um profissional que seja concursado ou que tenha um vinculo empregatício com alguma escola (pública, privada ou centro de línguas).

Portanto, romper esse elo é a parte mais complexa, na minha opinião. O professor de idiomas deve compreender que ele é livre para criar o seu próprio caminho.

Gostaria de ser convidado para fazer um trabalho para uma marca específica? Qual seria essa marca?
Sim, sem dúvidas. Vejo que, ao passo que há o crescimento do engajamento nas redes sociais, novas oportunidades vão aparecendo, então, com certeza, seria interesse fazer um trabalho com uma marca que envolva a língua inglesa de alguma maneira, por exemplo a Meta (Instagram, especificamente) ou mesmo Google. São marcas que influenciam a realidade de todas as pessoas por meio da interatividade e da informação.

Qual vídeo seu atingiu mais visualizações?
O meu vídeo que atingiu mais visualizações foi um reel publicado em julho de 2022, que atingiu quase 2 milhões de views (exatamente 1.969.439). Sendo um meme sobre a palavra “empty” (vazio) intitulado: “a metodologia de milhões”.

Como você avalia os conteúdos orgânicos?

Meus conteúdos orgânicos estão atingindo cada vez mais usuários, estou muito satisfeito. Entendo que toda essa entrega do meu conteúdo a novos usuários diz respeito ao formato que utilizo nos meus reels, pois eles são focados em recortes de cenas de filmes, séries e trechos de músicas.

Gostaria de acrescentar que iniciei a jornada como professor empreendedor no ramo do ensino da língua inglesa diante do atual cenário de desvalorização dos profissionais da educação.

Sob a minha égide, a educação deveria ser o alicerce da sociedade, pois somente por meio do professor as outras profissões existem.

Sendo assim, de modo geral, o Brasil deveria valorizar notoriamente os profissionais da educação, especialmente no que diz respeito ao vencimento básico, piso salarial e plano de carreiras.

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