Mercado de newsletter cresce e pode ser boa estratégia para marcas
Criadora da Bits to Brands, Beatriz Guarezi reúne 10 mil inscritos em seu mailing. Linkedin, Twitter e Facebook têm investido em plataformas
atualizado
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É provável que você comece o dia lendo uma ou mais newsletters sobre notícias e variedades. Atualmente, há centenas de formatos disponíveis gratuitamente para usuários e até anunciantes. Atentas ao movimento, recentemente grandes redes sociais como LinkedIn, Twitter e Facebook passaram a investir neste mercado.
Para se ter uma ideia, a Substack, uma das maiores plataformas de envio de newsletters, tem 250 mil assinantes e foi avaliada em USD 650 milhões. Enquanto Morning Brew, uma das maiores news do mundo, especializada em tecnologia, teve o seu valor avaliado em US$ 75 milhões.
Gerente de marca em uma startup em São Paulo, Beatriz Guarezi, 28 anos, tem a própria newsletter há três anos. A Bits to Brands, que já acumula mais de 10 mil inscritos, é enviada todas as quintas-feiras pela manhã e trata de assuntos relacionados ao universo da comunicação. “Eu genuinamente gosto de compartilhar as coisas que acho interessante. Por isso, a Bits começou como um movimento muito natural e despretensioso”, relembra.
A profissional conta que, mesmo antes de decidir enviar a news semanal, já consumia muita informação desta forma. “Sempre fui a pessoa das abas abertas. A cada paradinha durante o dia, eu ia lendo aquilo que tinha separado”, diz.
Por trabalhar com comunicação, Bia, naturalmente, tem um entendimento do mercado e das tendências. Ela não acredita que o e-mail tem perdido força, como alguma pessoas analisam. Pelo contrário. “A caixa de entrada dos usuários têm cada vez mais valor. Quando a gente olha para os ambientes da internet, eles estão cada vez mais poluídos. Portanto, a caixa de entrada é um ambiente controlado por você, em que você filtra mais o que quer receber, a hora que vai ler, etc.”, argumenta. Segundo ela, nas outras redes sociais há menos controle, pois o algoritmo acaba escolhendo para cada usuário, baseado no comportamento de navegação, o que ele deverá ver e a forma que será impactado.
Conforme o ambiente digital vai ficando mais concorrido, Bia acredita que só cresce o valor da comunicação via e-mails – inclusive, por parte das marcas, que optam por esta estratégia para solidificar o relacionamento com consumidores. O conteúdo pode girar em torno de descontos e ofertas, por exemplo, ou ir mais para um lado de conteúdo, com informações relevantes para a pessoa, entrevistas com referências dentro da empresa, etc. “Ambas estratégias convivem na caixa, mas têm perfis diferentes”, explica.
Futuro
Apesar de estar crescendo, Bia pretende manter o formato da newsletter 100% gratuita. No entanto, tem expandido a oferta de conteúdo. Recentemente, começou a dar aulas para grupos pequenos de curadoria de conteúdo, posicionamento de marca e, em breve, sobre montar newsletters. “Até então, não tinha o propósito de ser rentável. O valor para mim era do networking e como marca pessoal”, conclui.