Marketing no metaverso: como convertê-lo em uma mina de ouro digital?
O metaverso está pronto para dar um novo caminho para estratégias de comunicação, acredita o jornalista Adriano da Silva
atualizado
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Depois do auge da pandemia, uma dependência digital vêm se instaurando e transformando o comportamento do consumidor. Cada vez mais pessoas estão comprando, trabalhando, brincando e aprendendo on-line. Isso também dá um impulso para tecnologias como metaverso. Conhecido por borrar a linha entre realidade física e virtual, esse meio está prestes a mudar a forma como se experimenta o mundo.
Neste ponto, todo mundo sabe sobre o metaverso. Basicamente, é uma interação hipotética na internet em um mundo virtual único, universal e imersivo que é facilitado pelo uso de realidade virtual e aumentada. Para as empresas, ele apresenta uma oportunidade para alcançar novos públicos, melhorar a confiança do consumidor e explorar um fluxo de receita potencial.
A Roboblox, por exemplo, tem 200 milhões de usuários ativos, que gastaram US$ 319 milhões em moeda no jogo apenas no segundo trimestre de 2020. Notavelmente, 67% da demografia da plataforma de jogos on-line fica abaixo dos 16 anos. Com a Gen Z dominando o metaverso, não podemos enfatizar o suficiente seu valor como consumidores. Nos EUA, eles têm um poder de gasto de US$ 143 bilhões, e especialistas preveem que ele vai superar o dos millennials e boomers até 2030.
Como o Metaverso afetará o futuro do marketing?
O metaverso está pronto para dar um novo caminho para estratégias de marketing e oportunidades incríveis para explorar o mundo virtual. À medida que o número de conversas virtuais cresce exponencialmente, há mais oportunidades para as marcas não apenas fazerem parte da conversa, mas liderá-la, usando uma série de técnicas de marketing virtual. Marcas líderes como Nike, Facebook e Gucci continuam a se encaixar nesse espectro atual, usando plataformas de jogos como Fortnite e Roboblox para criar formas imersivas de publicidade e modernizar suas campanhas de conscientização para viralização da marca. O céu é o limite para profissionais de marketing inteligentes nesse segmento.
Insira-se nativamente dentro da plataforma
O primeiro passo para isso é aceitar o fato de que marketing não é brincadeira de criança. Embora o anúncio de cinco segundos no início de um vídeo do YouTube possa parar as pessoas, por outro lado também pode ficar irritante. Contudo, esse não é o caso do metaverso e da realidade virtual. Esses universos terão mais e melhores oportunidades para anunciar a si mesmo e seus serviços.
Usar publicidade nativa no jogo é uma maneira de fazer isso. Coca-Cola, Samsung e Volkswagen têm outdoors virtuais dentro de videogames como Football Manager e Hyper Scape. A plataforma de publicidade bidstack revelou que esses anúncios aumentam o realismo de jogabilidade para 95% dos jogadores e isso teve um efeito na intenção de compra em 12%.
Marketing paralelo da vida real no ambiente virtual
A transição para o metaverso não significa necessariamente a obrigatoriedade de se fazer tudo diferente. Um bom ponto de partida é replicar o que se oferece na vida real no mundo virtual paralelo. Não é apenas um método natural para entrar no metaverso, mas também uma maneira autêntica para os usuários notarem sua presença.
Um exemplo disso é a campanha de marketing da Deliveroo sobre travessia animal. A empresa de entrega de comida on-line implantou pilotos virtuais no jogo para várias entregas em toda a plataforma. Os jogadores receberam não apenas uma entrega surpresa, mas também um código promocional que eles poderiam ativar na vida real. Só na primeira hora, a campanha de marketing da Deliveroo ganhou três milhões de visitantes no jogo.
Da mesma forma, introduzir sua causa real no metaverso pode aumentar o engajamento da sua marca. A Hellmann’s, marca de maionese, também trouxe seu compromisso de reduzir o desperdício de alimentos. A empresa criou sua própria ilha virtual e convidou os jogadores a doar seus nabos estragados virtuais por uma causa. Isso ajudou Hellmann’s a doar 50.000 refeições para a FareShare, uma instituição de caridade de desperdício de alimentos.
Portanto, é fundamental que se trabalhe com a identidade visual e emocional das empresas no ambiente digital. O metaverso é só a ponta do iceberg dessa mudança e precisa ser explorada. As marcas devem conquistar seu espaço nesse nicho antes que seja tarde, dada a alta competição. Isso exigirá força de vontade, empenho e criatividade. No entanto, aqui estão alguns direcionais e dicas que devem ajudar. Implemente e verá a diferença.
Adriano da Silva Santos é jornalista e escritor, formado na Universidade Nove de Julho. Também é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e escreveu o livro “Por que sou infeliz?”