Marketing não é rocket science, afirma CMO do Itaú Unibanco
Durante o primeiro dia do RD Summit 2024, Eduardo Tracanella explicou como a marca se conecta com clientes por meio de histórias
atualizado
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São Paulo (SP) — Considerada por três anos consecutivos a marca mais valiosa do Brasil no ranking BrandZ 50 Marcas Brasileiras mais Valiosas, o Itaú Unibanco atingiu US$ 8,080 bilhões de valor de mercado em 2022.
Estratégias claras, valores e excelente comunicação são fatores que contribuem para chegar ao topo, além de outras características fundamentais para alcançar esse sucesso. Foi justamente esse um dos temas debatidos durante o RD Summit 2024, organizado pela RD Station.
Entre esta quarta-feira (6/11) e sexta-feira (8/11) durante o maior evento de marketing, vendas e inovação da América Latina estarão presentes grandes expoentes do empreendedorismo que debaterão diversos cases que permeiam os setores, e o Metrópoles, que é media partner do RD Summit, seguirá acompanhando as principais palestras.
Para dar as boas-vindas aos cerca de 20 mil participantes somente nesta quarta-feira (6/11), Eduardo Tracanella, CMO do Itaú Unibanco, mostrou um compilado de conteúdos da marca. Segundo ele, todos que trabalham com marketing precisam entender o espírito do tempo e como se conectar com ele.
Por isso, o executivo trouxe vídeos que contaram a história do Itaú ao longo dos anos e como a marca se conectou com o público.
“Trago uma linha do tempo que mostra como o Itaú foi se deparando com mudanças de contextos para ser relevante para as pessoas, baseado na simplicidade. Marketing não é rocket science, é uma disciplina humana e cada vez mais será. Essa disciplina tem como foco a conexão de marcas com pessoas”, garantiu.
Tracanella também afirmou que o bom do marketing é o que fica dos erros e acertos e ressaltou que marcas falham. “A frente do Itaú já errei muitas vezes e o que ficou de aprendizado é: erre rápido e com coerência, aprenda e corrija”, aconselhou.
Invisibilidade é o melhor marketing
O CMO do Itaú Unibanco também trouxe uma reflexão sobre o marketing invisível. Na avaliação dele, na maioria das vezes o melhor é não aparecer. Uma geração se conecta com marcas não só a partir do que elas têm a oferecer.
“As marcas que apaixonamos são aquelas que conseguem falar mais da gente e não delas em si. Por isso, no banco trazemos mensagens de fim de ano que não são sobre ele, mas sim sobre a vida das pessoas”, frisou.
O especialista em marketing também ressaltou que as marcas fortes são sinônimo de resistência e que toda a relação que pessoas têm com o banco é formada por uma história boa ou ruim.
“Vamos imaginar uma bicicleta do Itaú na orla do Rio de Janeiro em que duas pessoas a utilizam. A primeira é uma turista afortunada e pegará a bike para ir de um ponto a outro. Em seguida, pode ser utilizada no fim do dia por uma pessoa que trabalha em um hotel, por exemplo, para se deslocar até o lugar onde mora. A bicicleta, no caso, além de ser um meio de transporte também é uma contadora de histórias que se entrelaçam”, contou ele, enfatizando que o desafio de quem faz marketing é fazer com que pessoas contem boas histórias com as marcas contidas nesse enredo.
Inteligência artificial
Em seguida, Hernane Júnior, CEO da Waffle, palestrou sobre como o avanço acelerado da inteligência artificial influencia no conteúdo do futuro que tende a ser cada vez mais personalizado e imersivo, e a mudança já começou a acontecer. ChatGPT, Meta AI e Gemini são alguns exemplos de plataformas que fornecem conteúdos em tempo recorde.
O CEO da Waffle iniciou a palestra trazendo dados sobre o crescimento do TikTok por faixa etária. “A plataforma ganhou audiência especialmente de quem tem 55 anos. Isso quer dizer que fazer conteúdo é pensar nessas pessoas também”, ponderou.
Hernane Junior ainda trouxe algumas apostas de como as pessoas consumirão conteúdo no futuro. A primeira é “Menos ‘for you’ mais ‘here are my favorites'”, ou seja, as pessoas perderam a identidade. “Bastaram cinco anos de algoritmo que muita gente já não sabe do que gosta”, esclareceu.
O executivo também disse que a TV is not dead (a televisão não está morta). Isso porque hoje em dia a nossa atenção está cada vez mais escassa. “Enquanto eu estou aqui, vocês estão postando stories, abrindo o TikTok ou Instagram, e preciso ‘brigar’ para ter a atenção de vocês, o mesmo acontece quando você liga a televisão”, exemplificou.
O grand finale da palestra do CEO da Waffle foi sobre a melhor maneira de criar conteúdo pelos próximos anos: all-in na conexão. “Quando uma menina posta um vídeo chorando nas redes sociais, ela encontra milhares involuntariamente que estão sentindo a mesma coisa que ela. Consequentemente diversas pessoas vão se conectar por causa disso”, certificou ele, afirmando que no futuro o conteúdo será a companhia.
*A jornalista viajou a convite do RD Summit para cobrir o evento durante os três dias.