Pense em quantos serviços você assina ou contrata. Agora, reflita: o que faz você seguir com essas marcas e pagar um valor todo mês a elas? Manter essas conexões duradouras é um desafio permanente de empresas que atuam com vendas recorrentes.

Afinal, para que essa ligação entre negócio e consumidor permaneça e se fortaleça, é preciso que o cliente não apenas receba algo de qualidade, mas também que aquilo gere valor à sua vida.

Entre as atribuições do marketing, aliado a outras áreas de uma companhia, está esse desafio de sempre surpreender o consumidor, para que sua experiência seja diferenciada e vá além da simples entrega de um produto ou serviço.

Aí surgem diversas estratégias que podem ser trabalhadas, de acordo com o perfil dos clientes e da empresa. Uma delas, ainda pouco explorada por muitas marcas, é a educação.

Trata-se da oferta de conhecimento, por meio de conteúdos educativos, para o público-alvo de cada negócio. E apesar de parecer complexo à primeira vista, pode ser simplesmente algo relacionado ao core business da empresa e aos serviços utilizados pelo consumidor.

Por exemplo: um banco, em vez de enviar dezenas de e-mails e notificações push convidando você a ter um cartão internacional, pode oferecer uma plataforma com conteúdos sobre educação financeira. Exemplos de abordagens: “Como iniciar nos investimentos” ou “Saiba o que são criptomoedas”.

Exemplo disso é a XP Investimentos que, nos anos 2010, após aportes financeiros e movimentos de M&A, reposicionou-se no mercado e passou a oferecer não apenas soluções financeiras, mas também diversos serviços educacionais. Isso levou à criação da própria faculdade e de um modelo educacional próprio.

Já um clube de assinaturas de vinhos pode produzir conteúdos sobre a história da bebida, como funciona o processo de fabricação ou mesmo compartilhar informações sobre como montar uma adega adequada em casa.

As possibilidades são várias, bem como as maneiras de disseminar esse conhecimento. Seja de forma automatizada, via WhatsApp, ou produzindo e-books, vídeos e textos para blogs no qual o público consegue acessar as informações.

É fundamental que esse conteúdo também tenha qualidade e, sobretudo, recorrência, para que o cliente possa sempre usufruir de algo novo.

Isso se aplica, também, à saúde, especialmente após a pandemia, que acelerou as experiências digitais nesse segmento, com serviços como a telemedicina. São hoje cerca de 500 mil médicos no país, um número que deve dobrar até 2030 — enquanto a população vai na direção contrária.

Assim, sejam profissionais autônomos, sejam clínicas, é necessário pensar em estratégias que gerem retenção dos pacientes no longo prazo.

Softwares de gestão, prontuário e CRM para esse setor podem ser grandes aliados no momento em que não se resumem a apenas ajudar a administrar o negócio, mas, também, contribuem para a geração de conhecimento — do médico e do próprio paciente.

Educar é, também, uma oportunidade de qualificar seu marketing e gerar ganhos para o seu negócio.

Ao oferecer esse tipo de conteúdo, você atua na retenção dos consumidores, amplia o Customer Lifetime Value (LTV), reduz a taxa de churn e, também, os custos de aquisição de novos clientes — que podem aumentar seu ticket gradativamente. Coloque o conhecimento no seu planejamento para 2025.

Felipe Ravanello é sócio e diretor de Negócios & Crescimento da GestãoDS.