“Marcas devem focar no porquê e não no para quê”, diz CEO da Braip
Durante o RD Summit, Shirleyson Kaisser mostrou cases de sucesso e falou da era da experiência do cliente que veio para dominar
atualizado
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Santa Catarina — Seja no espaço físico ou digital, é inegável que o cliente está cada vez mais exigente no momento de fazer uma compra. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita neste ano pela Offerwise a pedido do Google, mostrou que 8 em cada 10 pessoas estariam dispostas a trocar de marca, caso entendam que ela não está conectada com propósitos ou necessidades. Dessa forma, proporcionar um atendimento de qualidade nos produtos ou serviços oferecidos por uma empresa é imprescindível para garantir uma experiência eficaz ao cliente e faz parte das estratégias de omnichannel.
Esses e outros assuntos foram abordados nesta quarta-feira, (26/10), na temática “A era da experiência do cliente”, durante o RD Summit — evento de marketing e vendas da América Latina no qual o Metrópoles está presente para fazer a cobertura em tempo real dos principais cases que permeiam os setores.
No início do evento, Eric Santos, CEO da RD Station, ressaltou a relevância de eventos como esse. “Neste ano, temos uma razão a mais para comemorar, pois estamos completando dez anos de RD Summit. Nós o criamos, pois muitas empresas não tinham um espaço para falar sobre Marketing Digital. Então, o RD Summit é uma forma de compartilharmos conhecimento e lições”, ressaltou o executivo, enfatizando que são mais de 12 milhões de visitantes únicos por ano, mais de 700 mil participantes de eventos on-line e mais de 170 mil participantes em eventos presenciais.
Entre os convidados de hoje, Shirleyson Kaisser, CEO da Braip, empresa de meio de pagamento, disse que a era da experiência ao cliente chegou para dominar e de início citou as revoluções que aconteceram ao longo do mercado e em como elas impactam no dia a dia.
Kaisser exemplificou várias marcas que passam mensagens subliminares, fazendo com que o cérebro não trave a informação, desde que não iniciem a mensagem focada em venda. “O Starbucks é um exemplo disso. A marca não pede que você poste no seu Instagram, por exemplo, um copo de café que você comprou., pois essa ação já é automática, é um efeito basicamente social que todo mundo faz, ou seja, eles criaram um ambiente em que é praticamente impossível não postar”, explicou.
Segundo Kaisser, para marcas terem sucesso é necessário o under promise over delivery, ou seja, prometer muito menos e entregar muito mais. “A Harley-Davidson não fala da moto dela. A marca fala da cultura de quem usa esses veículos. E algo bastante interessante é que você vê pessoas fazendo tatuagem dessa marca, mas não as vê fazendo uma da Honda ou da Yamaha, por exemplo”, afirmou.
Durante a apresentação no RD Summit, Shirleisson também deu exemplos de como as marcas fazem as inserções sem tentativas de vendas, iniciativa que passará livremente pelo cérebro do consumidor, graças à disciplina do Neuromarketing — estudo do cérebro e do comportamento do consumidor e em como utilizá-lo para a venda. “Propagandas que não tentam vender despertam sentimentos no cliente que, consequentemente, ajudará a vender mais”, garantiu.
A Apple foi bastante citada na palestra do CEO da Braip. Na ocasião, ele lembrou de uma promoção da marca sobre airpods. No vídeo, o personagem não fala absolutamente nada, tendo em vista que está na rua em um cenário com bastante barulho. Mas, quando ele coloca o objeto nos ouvidos, ele se desconecta do caos da rua. “Com isso, vemos que a Apple sempre foi focada no porquê e não no pra quê. A marca está sempre desafiando o status quo. Logo, quando as pessoas veem a maçã acabam adquirindo esses produtos. Quando uma marca tenta vender, ocorre o oposto, pois a pessoa já tem o cérebro programado para não querer comprar”, finalizou.