Mais de 40% dos influenciadores só recebem R$ 500 por mês
Estudo da plataforma Influency.me mostra realidade diferente do glamour associado à carreira de influencer
atualizado
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Ao menos 41% dos influenciadores digitais só recebem até R$ 500 mensais. O dado consta no levantamento feito pela Influency.me, agência especializada em marketing de influência.
Segundo a pesquisa, em que foram ouvidos mais de 350 profissionais do segmento de marketing de influência, apenas 18% dos criadores de conteúdo recebem mais de R$ 5 mil de “salário”.
No estudo ainda é mostrado que apenas 30% desses influenciadores atuam exclusivamente na carreira digital, evidenciando que os outros 70% precisam de outras fontes de renda para se sustentarem.
Veja os dados da distribuição de rendimento mensal, segundo o levantamento:
– Até R$ 500: 41%
– De R$ 500 a R$ 2.000: 23%
– De R$ 2.000 a R$ 5.000 : 14%
– De R$ 5.000 a R$ 10.000: 10%
– Acima de R$ 10.000: 8%
O estudo em questão desmistifica parte da narrativa criada acerca da profissão, muitas vezes associada a um glamour e uma realidade acima do padrão, por estarem, com frequência, presentes em grandes eventos, recebendo presentes e mimos.
Para explicar um pouco sobre a verdadeira realidade financeira dos influenciadores, Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation Talent e especialista em marketing de influência, aponta que uma das razões em relação à quebra de expectativa mostrada pelo estudo se dá por conta da falsa percepção que o público tem dos creators.
“A realidade financeira dos influenciadores muitas vezes contrasta fortemente com a percepção glamorosa que o público em geral tem dessa profissão. Um dos principais motivos para isso é a saturação do mercado, com um número cada vez maior de pessoas buscando se tornar influenciadores, o que leva à competição acirrada e à diluição do valor percebido”, afirma Gonçalves.
“Além disso, a falta de profissionalismo em certos segmentos do mercado de influenciadores contribui para essa realidade. Muitos influenciadores não possuem uma estratégia clara de monetização, não valorizam adequadamente seu próprio trabalho e acabam aceitando parcerias e projetos que subvalorizam seu verdadeiro potencial”, complementa o especialista.
O discurso de Gonçalves corrobora um levantamento recente da Exame, em que é mostrado que apenas 15% dos investimentos das marcas realmente alcançam o bolso dos influenciadores, ou seja, a maior parte da fatia se perde em intermediações, impostos e taxas.
Por conta disso, o diretor da agência de influenciadores internacional ressalta a importância de um agente por trás dos criadores, a fim de maior transparência nas negociações e de buscar o que é melhor para a carreira dele, utilizando a expertise no mercado de marketing de influência.
Outro fator importante ponderado pelo executivo, em referência ao baixo retorno financeiro que a maioria dos influenciadores lida, é a flutuação das plataformas de mídia. Segundo ele, as mudanças frequentes nos algoritmos das redes sociais afetam significativamente o alcance e o engajamento dos influenciadores, impactando diretamente nas oportunidades de monetização.
Por fim, Fabio Gonçalves destaca como a diversificação de receitas pode ser fundamental para que os creators garantam uma renda estável. “A dependência exclusiva de publicidade e parcerias pagas pode ser arriscada, considerando a volatilidade do mercado. É importante que os influenciadores explorem outras fontes de receita, como a venda de produtos próprios, participação em eventos e workshops, entre outros.”